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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Avaliação Neuropsicológica: 5 Motivos para ler o livro

Procurando me familiarizar um pouco mais com o universo das neurociências, recentemente terminei de ler o livro Avaliação Neuropsicológica, dos organizadores Leandro F. Malloy-Diniz, Daniel Fuentes, Paulo Mattos e Neander Abreu, publicado no Brasil pela editora Artmed, em 2018. Ótimo material de leitura para quem deseja entender um pouco sobre a neuropsicologia.


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Estamos em 2019. Todos nós somos diferentes, temos funcionamentos neurológicos diferentes, mas muita gente ainda acha que todos funcionamos da mesma maneira. Eu, por exemplo, tenho Síndrome de Asperger, o que significa que a minha percepção sobre o mundo é um pouco diferente de um não-autista.

Mas o que eu queria dizer é: entender um pouco sobre a avaliação neuropsicológica pode ajudar as pessoas a entenderem melhor questões como transtornos de aprendizagem, neurológicos, psiquiátricos e neurodegenerativos.

Leia também: Vencendo o TDAH: 10 Motivos para ler o livro sobre adultos com o transtorno

Logo, muitas vezes, o que eu tenho facilidade, pode ser complicado para outra pessoa e vice-versa. Durante muito tempo, as pessoas não tinham instrumentos para compreenderem melhor essas particularidades. Muitas questões da psicologia foram ficando ultrapassadas e a neuropsicologia acaba ajudando a encontrar respostas que antes eram desconhecidas.

Diante de um cenário de maior necessidade de inclusão escolar e de empatia com a diversidade, no qual as diferenças têm se mostrado cada vez mais evidentes e os diagnósticos de transtornos têm aumentado, não só por maior prevalência, mas porque os profissionais estão mais capacitados, entender um pouco sobre o universo da avaliação neuropsicológica é fundamental para professores, alunos e profissionais das áreas de psicologia, pedagogia, educação e saúde.

A narrativa do 'Somos todos iguais' faz com que pessoas fujam de diagnósticos, como espectro autista, TDAH e transtornos de aprendizagem. Não somos todos iguais. Temos cérebros diferentes e está tudo bem. Isso não é nem bom nem ruim, é o que é. Diagnóstico é orientação, não é rótulo.

Embora a Avaliação Neuropsicológica não seja obrigatória para diagnóstico de Autismo, TDAH e outras condições, ela pode dar um direcionamento. Eu nunca fiz. Acho que sou bem autoconsciente das minhas facilidades e limitações, mas nem todo mundo é. Entender quais são suas limitações, pode ajudar com a elaboração de estratégias.

Para os curiosos como eu, que adoram entender mais sobre a relação entre o cérebro e o comportamento humano, o livro é uma delícia de ler e termina com aquele gostinho de quero mais. Já comecei a minha próxima leitura: Transtornos de Aprendizagem: Avaliação Neurobiológica e Multidisciplinar, também publicada pela editora Artmed.

5 Motivos para ler o livro Avaliação Neuropsicológica:


1) Entender sobre Avaliação Neuropsicológica


Muita gente já ouviu falar sobre Avaliação Neuropsicológica, enquanto outros nunca ouviram falar. É abordada a diferença entre avaliação psicológica e neuropsicológica.


Cada vez mais, as avaliações têm sido utilizadas para auxiliar diagnósticos, avaliação das alterações de funções cognitivas, detecção precoce de sintomas, direcionamento para tratamentos, entre outros motivos.

2) Compreender a relação entre o cérebro e comportamentos


As funções executivas podem ser afetadas e/ou influenciadas de acordo com as condições neurológicas e transtornos psiquiátricos ou neurodegenerativos. Para quem não sabe, estão relacionadas à atenção, planejamento, realização de tarefas, percepção etc.

Embora nos dias atuais estejam disponíveis muito mais informações sobre o universo da saúde mental e neurológica, muitas pessoas não percebem, por exemplo, como os transtornos mentais e neurológicos afetam os comportamentos de uma pessoa.

Entender melhor sobre essa relação entre cérebro e mente pode fazer muita diferença, pois há quem acredite que, muitas vezes, se trata só de uma questão de preguiça, procrastinação, má vontade ou teimosia, quando em muitos casos, há muito mais elementos a serem considerados.

3) Orientações e intervenções adequadas


Não importa quantas vezes eu repita que somos todos diferentes, isso só fica mais evidente quando abordamos as alterações de comportamentos por causa de transtornos e/ou doenças. De todo jeito, quanto mais conhecimentos sobre as facilidades e dificuldades e alterações cognitivas, melhor seria o processo de adaptação da vida, seja no ambiente educacional ou profissional.


A avaliação neuropsicológica pode ajudar a direcionar um plano escolar, na adaptação dos conteúdos, compreensão sobre a necessidade de estímulos da criança, na necessidade de um acompanhamento multidisciplinar.

Puxando para a questão do autismo, por exemplo, que é a minha praia, não existem dois autistas iguais. Os testes podem ajudar a avaliar quantitativamente e qualitativamente questões da cognição e podem fazer diferença, levando em conta desde o grau de necessidade de apoio e se a pessoa tem comorbidades que também influenciam na cognição, como outros transtornos (TDAH, Depressão,  Discalculia, Dislexia, Epilepsia, Transtorno Bipolar etc.).

4) Educação mais consciente das neurociências


Cada vez mais tem se discutido a questão da inclusão, mas muitas vezes ela não acontece efetivamente. Só colocar vários alunos com inúmeras condições neurológicas e/ou transtornos na mesma sala de aula não é garantia de que o ambiente será produtivo para o desenvolvimento da pessoa. Entender as particularidades de cada indivíduo pode fazer toda diferença.

Acredito que os professores e alunos de cursos da área de saúde e educação precisam se preparar para o presente e para o futuro. Na questão dos transtornos neurológicos, por exemplo, sabe-se que tanto o autismo como o TDAH têm bases genéticas e, muitas vezes, os professores precisam ter um conhecimento que vai além do que eles aprenderam na graduação.

A falta de compreensão sobre as particularidades de cada ser humano e suas diferenças neurobiológicas faz com que algumas pessoas tenham menos oportunidades de desenvolvimento do que outras e/ou sejam julgadas, sofram preconceito e bullying, o que acaba afetando a autoestima e até mesmo levando à evasão escolar em alguns casos.

5) Vida mais saudável e envelhecimento


Você sabia que a depressão em idosos pode ser confundida com demência? Imagine a quantidade de transtornos e condições que têm sobreposições de características e sintomas. Embora os testes sejam complementares em um processo de diagnóstico, em alguns casos, quanto mais informações tiver, mais fácil será na identificação adequada e/ou orientação.

A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta e pode contribuir para várias questões da vida. Se a nossa saúde está relacionada à maneira que nos sentimos, no bem-estar físico, mental e espiritual, descobrir mais sobre si mesmo pode ser uma forma de fazer as pazes consigo mesmo.

Vou dar como exemplo pessoas no espectro autista e pessoas com TDAH que têm diagnóstico só na vida adulta. De um instante para o outro, elas encontram respostas para inúmeras questões que foram levantadas ao longo de suas existências e podem encontrar estratégias saudáveis para compensar suas limitações, compreenderem seus pontos fortes e fracos e na aceitação de que somos todos diferentes e de que algumas questões vão além do nosso querer – fazem parte do nosso funcionamento cerebral.

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro, jornalista por formação e Asperger. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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