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Destaques

She Said: Filme sobre jornalistas expondo crimes de Harvey Weinstein

O filme She Said é uma ótima indicação de filme para quem gosta de jornalismo investigativo. É sobre duas jornalistas do New York Times responsáveis por uma reportagem investigativa sobre os abusos cometidos por Harvey Weinstein, um produtor poderoso de Hollywood. Disponível na Netflix . Para quem acompanhou o caso ao vivo, talvez não tenha muitas surpresas ao assistir, ainda assim, vale a pena conferir todo o processo de produção da reportagem até que ela fosse publicada, expondo os crimes sexuais cometidos por Harvey Weinstein. Em uma época em que as vítimas já tinham fechado acordos de silêncio e outras pessoas tinham medo de se manifestar, foi graças ao trabalho das duas jornalistas e de outros veículos de comunicação que o caso ganhou visibilidade. She Said poderia facilmente ser um documentário, o filme biográfico narra como foram os dias das jornalistas, suas dificuldades e acertos, bem como o tão esperado momento: quando a reportagem finalmente foi publicada, atraindo todos os...

Filme: A Onda mostra funcionamento da autocracia

Hoje fui assistir "A Onda" (Die welle), um filme de drama alemão lançado em 2008. O filme me fez refletir sobre o poder de influência e manipulação de pessoas e comunidades e sobre a necessidade que o ser humano tem se encaixar em grupos.
Imagem do filme A Onda
Filme 'A Onda'. Crédito: Divulgação.

"A Onda" foi exibido em Campo Grande (MS), na sala Rubens Côrrea do Centro Cultural José Octávio Guizzo, às 18h30. A exibição fez parte do Cinema (d)e Horror, um projeto realizado entre uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

Dirigido por Dennis Gansel, o filme conta a história do professor do ensino médio, Rainer Wegner, que ministra uma disciplina sobre autocracia e prepara um experimento para ensinar na prática os mecanismos do Fascismo e do poder.

A disciplina é um dos primeiros pontos trabalhados pelo professor. Como um líder ele orienta os alunos através da sua influência e também do medo. Uma identidade para o grupo chamado de "A Onda" é formada e aos poucos os membros mostram quem é que manda no colégio.

O colégio fica dividido entre aqueles que são membros do grupo e os que não são. Não bastando as regras impostas pelos membros do "A Onda" como ter que usar camiseta branca e um gesto simulando uma onda, os adolescentes começam a discriminar quem não é membro.

Além do experimento realizado com o grupo sair da sala de aula e afetar outros indivíduos do colégio, o grupo começa a espalhar suas marcas pela cidade. Mesmo sendo avisado por diversas pessoas sobre a falta de controle e necessidade de extinção da espécie de comunidade criada, o professor fica fascinado com o seu poder e sua criação, deixando o seu egocentrismo não enxergar a real gravidade da situação.

Quando o professor Rainer Wegner questionou aos alunos sobre a possibilidade de existir outra ditadura na Alemanha, mal ele podia imaginar o que havia criado. Violência, exclusão, perda da identidade individual e outros problemas mostram como essa "onda" estava arrastando pessoas e deixando sinais de destruição por onde passava.

O filme tem um final previsível e trágico, onde qualquer um poderia adivinhar que o experimento tinha ido longe demais.

Assim como o professor conseguiu provar a facilidade de se criar uma liderança autocrática, creio que o mesmo aconteceria facilmente nos tempos atuais, onde as pessoas utilizam as ferramentas digitais e compartilham informações sem nem mesmo saberem o que estão fazendo. Logo, caso uma forma de poder fosse imposta, as pessoas aceitariam sem pensar duas vezes.

Vivemos em uma época da ideologia da não-ideologia. Pensar é para poucos. Como robôs defeituosos as pessoas continuam reproduzindo o que nem mesmo entendem, e pior ainda, muitas vezes, sem saber por que fazem, como se fosse uma espécie de obrigação.

Talvez todo o problema mostrado no filme fosse possível de ser resolvido caso as pessoas pensassem mais nas próprias atitudes e em como são manipuladas. Perde-se a noção do que é certo ou errado, basta fazer o que foi dito. O mesmo acontece na vida em tempos pós-modernos, seja no ambiente digital ou no físico, nessa correria toda falta tempo e vontade para pensar. Afinal, não é mais fácil deixar "A Onda" te levar do que ir contra a maré?

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