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Destaques

She Said: Filme sobre jornalistas expondo crimes de Harvey Weinstein

O filme She Said é uma ótima indicação de filme para quem gosta de jornalismo investigativo. É sobre duas jornalistas do New York Times responsáveis por uma reportagem investigativa sobre os abusos cometidos por Harvey Weinstein, um produtor poderoso de Hollywood. Disponível na Netflix . Para quem acompanhou o caso ao vivo, talvez não tenha muitas surpresas ao assistir, ainda assim, vale a pena conferir todo o processo de produção da reportagem até que ela fosse publicada, expondo os crimes sexuais cometidos por Harvey Weinstein. Em uma época em que as vítimas já tinham fechado acordos de silêncio e outras pessoas tinham medo de se manifestar, foi graças ao trabalho das duas jornalistas e de outros veículos de comunicação que o caso ganhou visibilidade. She Said poderia facilmente ser um documentário, o filme biográfico narra como foram os dias das jornalistas, suas dificuldades e acertos, bem como o tão esperado momento: quando a reportagem finalmente foi publicada, atraindo todos os...

Jornalismo Cultural é tema de palestra na UCDB

Repórter de O Estado, Laís Camargo abordou
o jornalismo cultural em palestra.
Foto: Hygor Benevides.
*Texto: Ben Oliveira

No dia 7 de novembro de 2012, às 8h, a jornalista Laís Camargo ministrou uma palestra sobre Jornalismo Cultural durante o PropUP – Eleve suas ideias, evento realizado pelo curso de Publicidade e Propaganda da UCDB e pela Agência Experimental Mais Comunicação, no auditório da biblioteca da Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS).

Repórter do jornal impresso O Estado, Laís Camargo compartilhou suas experiências, deu dicas e comentou sobre as reportagens que mais deram trabalho para produzir. Formada na instituição de ensino superior, a jornalista explicou a importância dos jornalistas, principalmente da área cultural, e outros profissionais da área de comunicação conhecerem os projetos culturais do Estado, como Fundo de Investimentos Culturais do Estado (FIC) e Fundo Municipal de Investimento Cultural (FMIC).

“Quando um artista pega um projeto patrocinado, ele não precisa investir o dinheiro dele, mas tem que dar vários respaldos para a sociedade, como shows gratuitos e eventos de lançamento", explica Laís Camargo. A palestrante ensina que ao serem selecionados para um edital e receberem recursos do governo, os artistas precisam divulgar o que estão fazendo e divulgar os patrocinadores. Segundo Laís Camargo, muitos artistas sobrevivem de editais e outros não recebem apoio das Fundações municipais, como o Sarau do Zé Geral que conta com recursos próprios e para a profissional é necessário que a imprensa também incentive a cultura.

Segundo a repórter, o jornalismo cultural acontece diariamente e os assessores de imprensa dos artistas devem se organizar e montar um plano para divulgação do trabalho. “Redação tem horário e jornalista não tem tempo para ficar ouvindo”, Laís Camargo lembra que os jornalistas ficam na correria do dia-a-dia nas redações, portanto é preciso que o assessor saiba quais horários e datas são mais adequados para fazer contato e enviar releases. A palestrante também argumentou sobre a necessidade de se criar um conteúdo atrativamente comercial.

Imagem é tudo – Sobre as fotografias culturais, Laís Camargo contou que é necessário tentar alcançar um equilíbrio entre fotojornalismo e foto-artística. No jornalismo diário, por exemplo, a prioridade vai para a fotografia mais informativa, enquanto em outros produtos, como uma revista, é possível publicar uma imagem mais criativa.

A jornalista criticou as imagens em baixa qualidade enviadas pelas assessorias que não podem ser utilizadas por conta da dimensão. Se um repórter está escrevendo uma matéria cultural e não está presente, Laís Camargo sugere que o profissional conheça outros veículos de comunicação do estado e faça alguma parceria. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, um projeto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o Portal de Mídia mapeou a imprensa do estado.

Festivais – Diferente do que muitos acadêmicos de jornalismo devem pensar, nos festivais culturais os jornalistas trabalham muito e dormem pouco, longe do glamour imaginado. Em Mato Grosso do Sul, Laís citou o Festival de Inverno de Bonito e o Festival da América do Sul e comentou que os eventos são relevantes para o jornalismo cultural. “Eles aglutinam informações muito grandes, você vê pessoas de outros países e outros estados, palestras e apresentações”, acredita.

Cobrir os festivais, de acordo com Laís, contribui para o treinamento dos jornalistas na questão do dinamismo, pois o profissional precisa estar em todos os lugares ao mesmo tempo. “É super cansativo, mas é fantástico”, compartilha. Ao participar destes eventos, o jornalista consegue perceber as deficiências de estrutura, perceber o que precisa melhorar e descobrir novidades.

Sobre os shows e eventos culturais, a repórter falou que o profissional não tem a obrigação de falar só porque foi cobrir e se o mesmo não gostou da apresentação, ele precisa ter argumentos concretos. “Um show marca a vida das pessoas. É muito interessante você dar o feedback para os artistas”, acrescenta. Para a palestrante, no jornalismo cultural é possível quebrar a barreira e mito da imparcialidade, e não basta para o jornalista simplesmente descrever o que aconteceu.

Conheça seu Estado – Laís Camargo falou sobre a importância de conhecer o próprio estado, pois para escrever sobre algo você precisa dominar o assunto. Segundo a palestrante, o jornalista precisa saber quem são: Glauce Rocha, Lydia Bais, José Octávio Guizzo, Zé Correa, Almir Sater, Geraldo Espíndola, Lenilde Ramos e Marcelo Loureiro.

"Viajar é essencial para o jornalismo cultural. Você não consegue comparar se você não conhecer outras realidades”, acredita Laís Camargo. Para finalizar, a jornalista comentou sobre a Bolívia e Peru, países onde há muita pobreza, mas é visível a riqueza cultural. Laís também aproveitou para falar sobre o seu Trabalho de Conclusão de Curso, o livro-reportagem fotográfico "Bagagem contada" sobre viagens independentes para Bolívia e Peru que será publicado no final deste ano.

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