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Destaques

O Círculo das Invalidações

O círculo das invalidações. É difícil estar em um lugar onde cada pessoa tem uma expectativa sobre você, mas pouco importa o que você pensa ou sente. Escolhas são feitas, independente da sua opinião e cada pessoa te empurra em uma direção diferente, te deixando preso em uma nuvem de confusão. Às vezes, assim é a vida. Há momentos em que você precisa aprender a se posicionar, a dizer não e aceitar que nem tudo precisa ser como os outros querem, impor limites sinceros. A vida era feita de escolhas e sabia o custo de cada uma delas e nem sempre estava disposto a receber críticas que não condiziam com sua realidade. Então, às vezes era necessário quebrar o círculo, encarar o quadrado, observar o triângulo, quebrar a linha para então descobrir como realmente queria. Entre conselhos indesejados e comentários invalidantes, precisava se lembrar do mais importante: da auto-validação. Era ao silenciar as vozes que os outros tinham sobre ele, que poderia aprender a se escutar mais. Nem sempre é f...

Ponto final

Não sentia falta das brincadeiras sem graça. Tampouco de como pelo simples fato de gostar, deixava todas bandeiras vermelhas passarem. O que precisava naquele momento era de um ponto final, uma chance de se reajustar e encontrar uma maneira mais saudável de se relacionar.

A saudade deu lugar à indiferença. A paciência foi arrastada pela irritação. Era exaustivo pedir para parar e nunca ser levado a sério. Chegou ao limite de exaustão e a única coisa que conseguia pensar era em distância.

Foi, então, entendendo por qual motivo outros também já haviam se distanciado. Era como se não houvesse mais motivo para ser. Os relógios haviam congelado e jamais bateriam de novo ao mesmo tempo.

Se deixou levar pelos dias. Um dia logo se tornava dois ou três, e quando menos se dera conta já não conversavam mais diariamente. Se havia alguma parte dele que sentia saudade, agora ela estava enterrada e gostava do novo jeito que as coisas estavam: sem precisar agradar, sem precisar ser agradado.

Não fazia sentido em tentar se comunicar com alguém que vivia em um mundo tão diferente, como se falassem idiomas distintos. Não, foi só deixando a natureza se encarregar das coisas, consciente de que havia tentado tantas vezes, mas era simplesmente ignorado. 

As bandeiras vermelhas do outro deram lugar à bandeira branca. Queria paz, tranquilidade e o que antes parecia um espaço seguro, havia se tornado tão desconfortável que as coisas não se encaixavam mais. Era só mais um fim, acompanhado de um recomeço.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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