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Destaques

Nostalgia Fantasma

Nossos dedos não se tocarão de novo, tudo o que tenho é gravado na minha memória a última vez em que nos encontramos. Nós não ficaremos tão próximos, que é possível sentir seu perfume. Não, havíamos nos tornado fantasmas uns dos outros, algo congelado no passado que um dos dois havia seguido em frente e outro se perdia em fantasias de que um dia nos reencontraríamos. Era nessa nostalgia fantasma que nós dois existíamos. Nossas versões idealizadas brilhavam mais do que como realmente éramos e talvez essa fosse um pouco da graça. Era uma química viciante que fazia qualquer vício parecer algo leve. Era sentir falta de algo que jamais iria se repetir e mesmo sabendo logicamente disto, deixando as emoções tomarem conta. Ia aos poucos se aproximando. Aos poucos, ia se afastando. Aos poucos, reencontrava um ponto de equilíbrio, onde poderia existir e ser. Abraçava, mas logo em seguida, deixava ir. Sabia que tudo não se passava de uma fantasia criada pela mente. Sabia que só restava aceitar o ...

Sobre Relacionamentos e Identidades


Noite passada tirei a prova viva de que os relacionamentos realmente mudam as pessoas. Seja para melhor ou para pior, quando nos envolvemos com alguém acabamos perdendo um pouco da nossa identidade individual e isto influencia também aqueles que estão ao nosso redor.

Quando o "eu" se transforma em "nós" e de repente nos vemos em situações e lugares inesperados, é impossível não sentir um pouco de falta de quem nós costumávamos ser. Não é nenhuma novidade que para um relacionamento dar certo alguém precisa ceder, ou melhor, os dois.

A história não é nova e eu particularmente tive a oportunidade de acompanhar ao vivo algumas vezes durante minha vida, e até mesmo representá-la. "Garota se apaixona por garoto e acaba mudando a sua vida por causa dele".

É inevitável receber um olhar de desconfiança e até mesmo de estranhamento das pessoas ao nosso redor quando passamos por esta metamorfose. As percepções, o modo de se vestir, os lugares frequentados, a companhia, a rotina, tudo muda. Toda mudança traz medo e talvez não seja tão irracional como pensamos e tenha algum fundamento. Talvez um dos principais medos que as pessoas deveriam ter é o de se olhar no espelho e não se reconhecer mais, soltando aquela frase: “Quem é você? Eu estou com saudade do antigo eu!”.

Mudamos, oras sem querer, oras propositalmente, para agradar e tornar possível a convivência a dois. Ao entrar em um relacionamento, sacrificamos e deixamos de lado o nosso mundinho para entrar em outro universo. Se a relação é simbiótica, ou seja, na qual se consegue o melhor dos dois mundos, não há por que se preocupar com tais mudanças. Todavia, quando só um dos lados cede, você se vê preso em um mundo que não é seu, no qual você é um mero convidado sem voz própria. A atração do outro se torna tão intensa, que tal como um planeta você se vê fora de órbita conduzido à sua auto-destruição. Este é o problema de quando dois mundos se colidem.

Ela era uma garota inteligente até se apaixonar...

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