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Destaques

O Círculo das Invalidações

O círculo das invalidações. É difícil estar em um lugar onde cada pessoa tem uma expectativa sobre você, mas pouco importa o que você pensa ou sente. Escolhas são feitas, independente da sua opinião e cada pessoa te empurra em uma direção diferente, te deixando preso em uma nuvem de confusão. Às vezes, assim é a vida. Há momentos em que você precisa aprender a se posicionar, a dizer não e aceitar que nem tudo precisa ser como os outros querem, impor limites sinceros. A vida era feita de escolhas e sabia o custo de cada uma delas e nem sempre estava disposto a receber críticas que não condiziam com sua realidade. Então, às vezes era necessário quebrar o círculo, encarar o quadrado, observar o triângulo, quebrar a linha para então descobrir como realmente queria. Entre conselhos indesejados e comentários invalidantes, precisava se lembrar do mais importante: da auto-validação. Era ao silenciar as vozes que os outros tinham sobre ele, que poderia aprender a se escutar mais. Nem sempre é f...

A Arte de Desapegar


A arte de desapegar é saber a hora certa de deixar algo ou alguém ir, mesmo quando uma parte sua parece não ter certeza de que você está fazendo a escolha certa. Você pensa no início cheio de risadas e de promessas, coisas que parecem ter sido deixadas para trás em pouco tempo e se dá conta de que não está conversando com a mesma pessoa que costumava ser.

Talvez os dois tenham mudado. Talvez não há nada que você possa fazer. Talvez mesmo tentando dialogar, vocês sempre terminam no mesmo lugar. Há tantas incertezas que sua ansiedade parece te devorar dentro de você.

Você quer viajar no tempo, descobrir quando foi que tudo começou a dar errado, quando os momentos de alegria se tornaram apáticos e está consciente de que se você não puxar assunto, o outro não vai responder ou enviar qualquer coisa, como costumava fazer há poucos dias.

Dizem que as tentativas de relacionamento que começam tão rápido terminam tão rápido também. Porém, há também quem tenha obtido sucesso. Diante do fracasso iminente, você se sente confuso: as coisas mudam não só em dias, mudaram em segundos. É como tentar segurar a mão de alguém e deixar essa pessoa te afundar ou os dedos se desencaixarem e cair em queda livre.

Então, você tenta e tenta manter vivo algo que está morto. Quem sabe um pouco de calor vai ajudar. Quem sabe se continuar tentando as coisas serão diferentes, mas elas não são. A pessoa diante de ti que te tratava tão bem, agora te trata como se você fosse um estranho completo.

Tudo começou com bombardeios de amor, com direito a risadas, ligações, trocas de músicas, para se tornar um peso, como se você fosse o único ali. Então, você se lembra da Arte de Desapegar e começa lentamente a se distanciar, para de forma gentil se despedir lentamente e abrir mão de todas expectativas e idealizações, e simplesmente deixar o outro ir.

Em vez de se guiar pela ansiedade, insegurança e sensação de que o outro pode se afastar a qualquer momento – mais do que já se afastou, – você decide escolher sua saúde mental e fazer as coisas voltarem a ser como eram antes de terem se conhecido, ainda que se controlando para não ser engolido pela falta. Talvez assim seja o melhor para os dois, não ter que se esforçar tanto em algo que deveria ser tão natural, algo que foi marcante em tão pouco tempo e logo será só mais uma memória de vocês dois.  

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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