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Destaques

O Círculo das Invalidações

O círculo das invalidações. É difícil estar em um lugar onde cada pessoa tem uma expectativa sobre você, mas pouco importa o que você pensa ou sente. Escolhas são feitas, independente da sua opinião e cada pessoa te empurra em uma direção diferente, te deixando preso em uma nuvem de confusão. Às vezes, assim é a vida. Há momentos em que você precisa aprender a se posicionar, a dizer não e aceitar que nem tudo precisa ser como os outros querem, impor limites sinceros. A vida era feita de escolhas e sabia o custo de cada uma delas e nem sempre estava disposto a receber críticas que não condiziam com sua realidade. Então, às vezes era necessário quebrar o círculo, encarar o quadrado, observar o triângulo, quebrar a linha para então descobrir como realmente queria. Entre conselhos indesejados e comentários invalidantes, precisava se lembrar do mais importante: da auto-validação. Era ao silenciar as vozes que os outros tinham sobre ele, que poderia aprender a se escutar mais. Nem sempre é f...

A falta que o yoga faz

Inspirava e exalava se lembrando do tapete de yoga. Nos dias de recesso, se lembrara da promessa não cumprida que voltaria a praticar diariamente. Havia falhado, mas ainda restava tempo suficiente para retomar a prática. Eram em momentos como aquele em que mais precisava do yoga em sua vida, buscar flexibilidade e desapego, criar espaço para o novo e deixar ciclos para trás.

Ia se alongando lentamente, sentindo cada parte do corpo e deixando a mente se soltar. Quanto mais conseguia relaxar o corpo, a mente acompanhava o movimento em uma forma de união. Os desconfortos davam lugar ao prazer de estar conectado com o momento presente, no aqui e agora. O que havia acontecido antes temporariamente ganhava um lugar de desimportância e começava a enxergar as coisas com mais clareza.

No tapete de yoga, nada importava e tudo importava, criando um movimento como ondas do mar e se deixando arrastar, às vezes, lentamente, outras vezes, de forma mais rápida. Uma dose de paz era tudo o que precisava: yoga não era terapia, mas era terapêutico e cada segundo em cima do tapete fazia toda diferença.

Poucos espaços eram tão sagrados e seguros como numa sala de yoga. Havia uma certa sensação de conforto, de ser acolhido do jeito que era e, ora em momentos de paciência, ora em momentos com mais energia, desafiado a explorar os limites do corpo e da mente. Do início ao final da prática, a pessoa vai se transformando, de forma que ao final da aula, você está diferente.

A magia acontecia em questão de segundos, minutos. Mesmo quando a aula era puxada, ao final, ficava com aquela sensação de ter recarregado as energias, pronto para seguir mais um dia, mais uma semana. 

Desenrolou o tapete de yoga, se deitou e se permitiu sentir o que quer que estivesse sentindo, deixando os pensamentos livres e se entregando ao momento presenta, se soltando lentamente dos fios que estavam o prendendo ao passado e das expectativas que tinha para o futuro. Seguro no aqui e agora, tudo era possível, tudo era impossível, tudo seria como antes, nada seria igual como era antes.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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