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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Resenha: Pela Estrada Afora – Lucas Dallas

O livro Pela Estrada Afora, do escritor brasileiro Lucas Dallas, reúne 8 contos com uma pegada de terror e fantasia sombria. Li o eBook disponível na Amazon Brasil, mas se você é o tipo de leitor que prefere livros físicos, a obra também pode ser comprada no site do Clube de Autores.


Pela Estrada Afora é o título do conto que abre o livro. Cada narrativa me provocou diferentes sensações, mas em todas elas uma coisa me moveu: a curiosidade. Qual é o preço que estamos dispostos a pagar para descobrir a verdade? Não importa o quanto nossos instintos nos digam que há algo errado, nós, seres humanos, estamos sempre querendo mais. É o que nos leva a percorrer estradas, abrir portas que não deveríamos e sair de nossas zonas de conforto.

Os títulos dos contos presentes no livro são: Pela Estrada Afora; Colhemos Aquilo Que Matamos; Ramal 666; A Pedra das Feiticeiras; O Homem-Pássaro; Moloque; Rabo de Peixe e A Carpideira. Seria muito difícil não me deixar levar pela leitura. Há uma afinidade com as temáticas e com os livros que o escritor costuma ler, então, mesmo antes de ler, já tinha boas expectativas – e nós sabemos que o excesso de expectativas sempre pode ser um problema, mas não foi o caso. Ler este livro de contos foi uma surpresa gostosa!

“Agora estou envolvido demais. Geralmente é isso o que acontece quando temos uma obsessão por algo. Essa coisa nos corrói por dentro, se torna um vício, uma doença que nos desgasta e nos deixa loucos, e quando percebemos, já estamos envolvidos até o pescoço” – Lucas Dallas, Ramal 666

Um dos meus contos favoritos foi o Ramal 666. Sou suspeito. Gosto muito desta temática de terror sobrenatural. Enquanto lia, consegui sentir a agonia do protagonista. Um homem que consegue um emprego, mas sabe que há algum segredo ali, algo capaz de afetar sua vida. Por ser narrado em primeira pessoa, dá para mergulhar ainda mais na história, especialmente nos momentos em que ele descreve o horror sentido. Um conto que te leva para essa atmosfera sombria e só te deixa respirar quando você chega até a última linha.

Apesar de cada história se focar em personagens e tramas diferentes, elas estão amarradas não só pelo estilo da escrita do autor, mas por esse lado obscuro. O sobrenatural e os passados dos personagens acabam se conectando. Em Colhemos Aquilo Que Matamos, acompanhamos uma personagem dirigindo em uma noite de chuva e ao longo da trama, vamos entendendo porque coisas estranhas estão acontecendo.

“Ela odiava o sombrio silêncio da estrada quando dirigia sozinha. Para começar, ela nunca teria saído de casa, ainda mais numa noite como aquela. Noites assim traziam lembranças ruins [...] Ela podia jurar que estava sentindo o mesmo cheiro daquela noite, um cheiro de raízes podres” – Lucas Dallas, Colhemos Aquilo Que Matamos

Para quem gosta de histórias relacionadas à bruxaria, magia e maldições, alguns contos podem ser bem interessantes, como A Pedra das Feiticeiras. A história de Mika é bem envolvente. Uma mulher se muda para uma casa na qual ele presencia alguns fenômenos estranhos. À procura de respostas, a personagem descobre que o lugar tem fama de mal-assombrado e busca alguma forma de conseguir um pouco de paz. A trama é alucinante e mesmo ao final, ficamos com aquela sensação de quero mais.

Pela Estrada Afora me ganhou desde o início, principalmente pelo personagem principal ser um escritor – quase não gosto de histórias de terror e autores, não é? Visitando a irmã, que apesar de ter origem semelhante, tomaram rumos diferentes da vida, ele não se sente confortável e pega a estrada no meio da noite. Assim como o protagonista, logo nas primeiras páginas, somos conduzidos por caminhos misteriosos não só neste conto, mas em todos. Temos vislumbres do que poderia ter acontecido, mas somos atingidos pelas revelações somente na hora certa, prolongando ainda mais o prazer da leitura e nos deixando instigados para querer mais. Concluí a leitura com vontade de ler o outro livro do Lucas, Âmbar.

“As pesadas desciam as escadas e agora se aproximavam de onde ela estava. Claf! Claf! Definitivamente tinha alguém ali. Ela podia sentir a presença, conseguia ouvir a respiração, o som da roupa ao se movimentar e os passos cada vez mais altos. Ao ouvir a criatura se colocar em frenta ao sofá, Mika fechou os olhos e tampou os ouvidos. Nesse momento, sentiu uma lufada de ar frio bater em sua têmpora com força. Ela gritou como nunca havia gritado antes. Mas quando abriu os olhos não havia ninguém lá” – Lucas Dallas, A Pedra das Feiticeiras 

Como vários autores independentes do Brasil, Lucas Dallas mostra que existem boas histórias sendo contadas por muitos escritores, mesmo que elas não tenham sido publicadas por grandes editoras. É importante, pois acaba ajudando a diminuir o preconceito que existe com literatura nacional, especialmente do gênero de terror, que sempre sofreu com os julgamentos e tentou ser rebaixado pelos críticos literários como subliteratura. Histórias de terror permanecem tão importantes e envolventes quanto outros gêneros literários e fazem parte da tradição de narrar contos. Quem é que não se lembra de quando as pessoas costumavam se reunir ao redor da fogueira para ouvir histórias assustadoras? O costume pode não ser tão frequente quanto costumava ser, mas os escritores levaram essa magia para os livros. Em tempos sombrios como os que temos vivido, acredito que os livros de terror ajudam a nos levar para outras realidades: uma ótima válvula de escape, que também nos faz refletir sobre a natureza humana.


Sobre o autor – Lucas Dallas nasceu em Mauá, São Paulo. Apaixonado por literatura, arte e tecnologia, é dono do canal no youtube Pulp Fiction, onde resenha livros, assim como tags de filmes e séries. Com seu livro de estreia, “Âmbar”, ele nos faz refletir sobre o que realmente importa na vida, dando ao leitor uma leitura agradável e intensa! Sempre em busca de mudanças, Dallas segue com seus projetos sem nunca esquecer sua frase de vida: “As coisas são como são!”

Para ficar por dentro das novidades do autor, curta a página dele no Facebook: https://www.facebook.com/lucasdallasescritor/

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no Wattpad.

Comentários

  1. Nunca tinha ouvido falar desse livro mas já me encantei! Não costumo ler livros de terror (não sei porque) mas eles sempre chamam a minha atenção. Me interessei principalmente pelo conto A Pedra das Feiticeiras já que adoro tudo que envolva magia. Esse livro parece ótimo, sem falar que o título e a capa são bem interessantes!
    Ótima resenha!

    Epílogo em Branco

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    Respostas
    1. Oi, Ruby! Muito legal saber que você gosta de histórias de magia. Tenho um livro adolescente no Wattpad sobre o assunto. Quanto ao Pela Estrada Afora, tenho certeza de que o autor vai ficar bem feliz de você ter se interessado pelo livro. Gratidão! ♥

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