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Destaques

Um último adeus sem volta

As coisas nunca seriam como antes. Uma vez que uma decisão era tomada, dificilmente voltava atrás, especialmente quando era a segunda chance que dava a alguém.  Tem coisas que não só o tempo ajudam a levar para longe, mas também uma tomada de ação consciente de que não importava o quanto esperava que o outro fosse mudar e amadurecer, as coisas não funcionavam só com base nas expectativas. Era preciso deixar ir quem um dia havia fingido que tinha a intenção de ficar. Era no mínimo hilário como a história se repetia e repetia, como se o outro não houvesse aprendido nada com o passado. Havia aprendido, no entanto, que o lugar de algumas pessoas era fora da nossa vida. Que uma vez que você tomasse uma decisão deveria sustentá-la por quanto tempo fosse necessário e que havia uma razão para você ter feito isso.  Ia, então, se acolhendo dia após dia, deixando o outro desaparecer, alguém que não tinha interesse nem de lembrar o nome, quem dirá o rosto. Alguém fadado ao completo esquec...

Aspergers: As barreiras de diagnósticos e silenciamentos


Registro feito na semana que viajei atrás do meu diagnóstico formal. Vox diz tanto sobre silenciamento, que é impossível não lembrar das confusões e disputas de perspectivas no universo do autismo. Tentaram me silenciar e não conseguiram.

Por causa do tabu e da falta de exercício de autocrítica de médicos e psicólogos desatualizados, falar sobre autismo e falhas de diagnósticos incomoda. Minha preocupação nunca foi com as pessoas que se adaptaram e não se importam com o papel, mas com aquelas que precisam do diagnóstico e esbarram em profissionais desatualizados.

Diagnóstico é direito, não é favor e ninguém merece pagar o preço da ignorância e falta de reciclagem de conhecimentos, especialmente no Brasil com sérios problemas de leitura e educação.

Quando comecei a falar sobre o silenciamento e Autistas camaleões há mais de um ano (assunto completamente desconhecido por muitos profissionais da área da saúde no Brasil), essa frase da Margaret Atwood grudou na minha cabeça:

“Tudo o que é silenciado clamará para ser ouvido ainda que silenciosamente”

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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