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Fora de Sincronia

Conectados, mas fora de sincronia. Era como os dois estavam. Não sabia como resolver a situação, antes que se tornassem dois completos estranhos. No meio de tantos ciclos terminando, tinha acreditado que um novo ciclo se manteria.  As horas que passavam conversando se transformaram em minutos, e então, em segundos. Já sabia que isso ia acontecer e tentara antecipar o fim várias vezes, então por que estava tão incomodado? Sentia saudades e não sabia como verbalizar? Não importava. Foi deixando o outro cada vez mais livre, até que as mãos que um dia tinham se tocado se voltaram para os dedos que haviam deslizado pela última vez. Parte de seguir em frente era também como deixar as coisas irem, seguirem seu ciclo natural. Não adiantava criar qualquer forma artificial de manter o contato vivo, só precisava aceitar as coisas como elas eram. Cansado de aceitar que tudo tinha sua finitude, foi cada vez menos se abrindo a novos inícios – se todos estavam fadados ao fim, por que se dar ao tr...

Onde está Marta del Castillo?: Série documental da Netflix aborda caso de crime na Espanha sem desfecho há anos

Pelo grande volume de documentários de crimes produzidos nos Estados Unidos, causa um certo estranhamento assistir casos que aconteceram em outros países, pois reforça o mito de eficácia da investigação policial norte-americana e acentua os erros cometidos em episódios internacionais. Na série documental Onde está Marta del Castillo? (¿Dónde está Marta?), o telespectador acompanha o caso de uma jovem que desapareceu na Espanha e chocou o país.

O caso de Marta del Castillo aconteceu em Sevilha e, além de todo sofrimento para a família estampado nos inúmeros veículos de comunicação, a revolta da população por justiça serviu para trazer à tona como as diferenças regionais sobre a legislação, os vários deslizes cometidos e como um dos criminosos praticamente brincou ao contar várias versões, levando a diversas buscas sem resultados à procura do corpo da vítima.

Diferente de muitos documentários que narram casos fechados, o caso de Marta permanece em aberto até os dias atuais, o que acaba servindo para pressionar as autoridades por justiça pela família e para mudanças, levando em conta que embora várias pessoas tenham se envolvido, houve uma irregular distribuição de penas e até mesmo absolvições.

É impossível não sentir a frustração coletiva ao assistir. Embora tenha convidado a equipe policial envolvida, eles não quiseram participar da série documental. Porém, conforme os anos passaram e poucos avanços foram feitos, pairou no ar a sensação de que as investigações foram falhas e de que todos poderiam ter colaborado mais e usado todos recursos possíveis.

Embora o corpo não tenha sido encontrado, não resta dúvidas de que Marta foi assassinada: o que ficou confuso diante de tantas versões foi saber como tudo aconteceu, qual foi a arma do crime e para onde a levaram. Também não ficou muito claro qual foi o papel de cada um dos envolvidos no acobertamento do crime e uma brecha jurídica da Espanha tornou as coisas ainda mais dolorosas para os familiares.

Enquanto os familiares continuam à espera de novidades sobre o corpo de Marta e a série documental revela o que ainda está por vir e em investigação, é difícil terminar de assistir sem ficar com a sensação de que talvez o corpo nunca será encontrado por mais que seja algo importante para a paz dos familiares. 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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