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Escrevendo Novos Capítulos
Dezembro chegou e com ele veio a vontade de escrever novos capítulos de sua história. Estava disposto a deixar outubro e novembro para trás, tentar se focar no momento presente e se deixar perder nas novas linhas que se formavam.
Era verdade que deixar os capítulos anteriores para trás não era uma tarefa fácil, mas precisava seguir em frente, sempre se movimentando em direção aos seus sonhos. Tentava não criar expectativas sobre que tipos de histórias iria escrever, o papel em branco que antes o paralisava, agora servia como um convite para deixar novas palavras surgirem.
Escrevia pra quê, afinal de contas? Para se lembrar? Para esquecer? Para colocar para fora? Para simplesmente praticar o ato de escrever? Não havia uma resposta certa ou errada. Escrevia porque era sua paixão fazer isso e enquanto continuasse respirando, pretendia continuar escrevendo.
Escrever capítulos novos poderia ser uma atividade interessante. Diferente do que muitos pensam, nem todos escritores deixam tudo planejado, e eles mesmos vão se surpreendendo enquanto escrevem – a tristeza e a euforia do leitor, também é, muitas vezes, sentida pelo próprio autor das histórias.
Quebrara um triângulo e formara três linhas paralelas que seguiam direções opostas, de forma que elas não se encontrariam novamente. Sorria ao se lembrar dos quadrados e círculos, mas continuava se maravilhando pelas estrelas, cada uma cheia de uma surpresa única, um gosto novo que ainda não tinha sentido e sensações que faziam os pés se levantarem do chão.
Quanto tempo duraria sua experiência? Não fazia a mínima ideia. Tudo o que sabia era que estava disposto a olhar mais para frente, fixando o olhar no presente do que se perdendo nas linhas de pensamento do passado. Estava livre para cometer erros e acertos, sem se preocupar com uma voz que reprovava cada uma de suas atitudes e o fazia esquecer que no final das contas era simplesmente humano.
Ao olhar para a página em branco continuava torcendo por novas histórias surgirem. Queria capturar bons momentos, consciente de que os ruins também estariam juntos, mas fazendo erros novos e se deixando surpreender pelas pequenas coisas, em uma tentativa de expandir o seu pequeno universo, antes transformado em um paraíso da reclusão.
O escritor continuaria a escrever, não só essa história, mas outras também. O movimento seguia firme para frente, mesmo com os contratempos do passado. Foi só ao continuar dando vida aos seus personagens, que também percebera que precisava de novos capítulos para si mesmo.
De olhos fechados diante do papel, o que havia escrito, havia ficado para trás e poderia ser revisitado com o tempo, mas estava excitado pelas novas histórias que estariam por vir, aquelas que ele escrevia em sua mente, enquanto finalizava o texto e se divertia com as linhas, agora flexíveis e ganhando contornos inimagináveis, como observar as nuvens no céu ou encarar um céu de estrelas e dar asas para a própria imaginação. O peso havia abandonado seu corpo, estava levitando novamente.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
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