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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Round 6: 2ª temporada com reviravoltas eletrizantes

Difícil falar sobre a segunda temporada de Round 6, afinal, em todos cantos da internet estão cheios de comentários sobre a série coreana da Netflix. Assim como a primeira temporada, a segunda traz uma série de jogos que as pessoas precisam competir por dinheiro, mesmo que isso custe sua vida.



Eu diria que a segunda temporada, embora tenha dois episódios a menos do que a primeira, tenha se aprofundado mais na parte humana dos personagens principais do que no jogo em si. Um participante que ganhou a primeira edição do jogo é o destaque e acaba dando dicas de sobrevivência e especulando sobre os próximos jogos.

Uma personagem trans interpretada por um ator cis rouba a cena na segunda temporada de Round 6. Apesar do diretor da série ter recebido críticas por não escalar uma atriz trans para o papel, ele comentou que na Coreia do Sul era difícil encontrar pessoas abertamente LGBTQIA, revelando o quanto o país ainda continua com uma cultura conservadora. Os próprios personagens da série coreana acabam citando a Tailândia como um lugar mais receptivo para pessoas trans.

Com episódios e cenas dentro e fora do jogo, há personagens que tentam descobrir quem está recrutando pessoas para o jogo e onde o jogo está acontecendo para tentar interrompê-lo antes que quase todas vidas sejam perdidas.

Round 6 traz o mesmo gostinho da primeira temporada, mas de uma forma mais editada, de forma que quando se chega ao sétimo episódio, o telespectador termina com um gostinho de quero mais, especulando sobre os próximos passos. 

Há quem tenha achado que o final é fechado, mas na verdade deixou várias pontas soltas que devem ser exploradas na terceira temporada de Round 6, que deve ser lançada ainda em 2025 pela Netflix. Em um teaser da nova temporada é possível ver a já conhecida boneca da primeira rodada ao lado de um boneco.

Assim como em The 8 Show, que também lembra Round 6, o drama coreano traz várias críticas à sociedade. Até onde as pessoas estariam dispostas a irem por dinheiro, mesmo que isso signifique correr o risco de perder a própria vida e de seus colegas? 

É por meio dessa pergunta que os jogos vão desenrolando e os personagens mais preocupados com o dinheiro e com suas dívidas do que com a vida humana acabam participando de mais uma carnificina como na primeira temporada, porém com elementos surpresas e reviravoltas que deixam o telespectador mais curioso ainda sobre como será a terceira temporada de Round 6.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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