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Destaques

Autovalidação

Deixar o passado no passado nem sempre era fácil, mas era necessário. Contava os dias na esperança de que tudo ficasse para trás de vez. Os dias pareciam mais longos. A ausência era preenchida com autovalidação. O que parecia fazer sentido antes, agora não era o que precisava. Há pessoas que fazem mais bem do que mal quando decidem se afastar.  Há afastamentos que parecem que vão durar a vida inteira, mas também há quem tenha escolhido simplesmente ficar. Ainda que não fosse imune aos problemas. Ainda que pudesse perder o controle. Ainda que temporariamente deixasse de ser quem ele era. Seria uma questão de parar de procurar nos lugares errados? Seria uma questão de aceitar que as pessoas são diferentes e o que parece tolerável para um, para o outro era muito pesado? Seria uma questão de saber abrir mão? Muitas perguntas que não tinha as respostas. Sabia de uma coisa: quem realmente queria estar perto, conseguia isso, mesmo quando exigia uma mudança no comportamento. De todo modo, ...

A toxicidade do outro

Mudança de hábitos significava muito mais do que parar um hábito, também significava substituir por novos hábitos. Ia mudando, usando o mesmo tempo que costumava usar para falar com o outro, focando mais em si mesmo.

Independente de reconhecer a toxicidade do outro, não cabia a ele vestir o papel de vítima: uma vez afastado, tudo o que tinha que fazer era seguir em frente. Mas toda mudança de comportamento era mais fácil na teoria do que na prática. 

Uma vez que os limites eram estabelecidos não olhava para trás. Provavelmente não era a última vez que ignorava as bandeiras vermelhas de alguém, mas já não era ingênuo a ponto de achar que iam mudar, principalmente sem ajuda psicológica.

Havia algo na autorresponsabilidade que não se podia cobrar do outro, que ele deveria querer mudar por conta própria ou continuar repetindo padrões destrutivas ao longo da vida e achando que se trata somente de coincidência, dos signos, ou seja lá qual desculpa a pessoa inventar.

Existia um limite de até que ponto devemos ser compreensivos com o outro. Uma vez que esse limite é ultrapassado, muitas vezes, precisamos simplesmente se afastar é desapegar, parar de tentar entender o outro e aceitar o que ele está mostrando. De repente, significa parar de ver o lado bom do outro ou reconhecer que independente do que possa justificar, você não precisa tolerar. Até para gostar do outro, antes você precisa gostar de si mesmo. 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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