Sem mais dias quentes e frios
Era engraçado como tudo poderia mudar em poucos dias e a diferença que fazia quem a gente deixava entrar ou não em nossas vidas. Às vezes, uma simples vez é o suficiente mesmo quando queremos acreditar que as pessoas mudam.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Proteger a própria saúde mental sempre cobrava um preço. Impor limites nem sempre era fácil. Manter distância quando uma parte gostaria de estar perto. Não, algumas situações eram lições de que há casos em que nada pode ser feito.
Quantas vezes ia ter que lidar com a manipulação do outro? Os dias de emoções quentes, seguido por emoções frias. Os dias de companheirismo, seguido por dias de tratamento de silêncio.
Ainda que exista quem veja o bloqueio como algo negativo, muitas vezes, ele é um ato de autopreservação, de quando todos limites já foram comunicados e ultrapassados, de quando o adeus era a melhor resposta.
Seguia o dia, desfrutando do silêncio que antes era preenchido por uma presença duvidosa e calculista. Uma presença que indicava que era melhor estar sozinho do que lidar com comportamentos assim. Uma presença que de tanto tentar manipular, agora era ausência. Não havia espaço para fantasias nem para nostalgia: os comportamentos do outro afastavam naturalmente. Bastava estar consciente do que não queria para si mesmo.
