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Destaques

Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Reflexões sobre a morte no espaço virtual

A jornalista e doutora em Comunicação Michele Negrini escreveu um artigo relacionando à morte ao ciberespaço. O artigo "A morte no espaço virtual: reflexões sobre a comunidade do Orkut 'Profiles de Gente Morta'" procura refletir o tratamento da morte na comunidade. Fundada no dia 23 de dezembro de 2004, atualmente ela conta com 77.094 membros. Negrini conta que foram observados 23 tópicos postados nos dias 17, 18, 19 e 20 de julho de 2007 referentes a perfis de pessoas mortas em situações trágicas e inesperadas.

A morte sempre foi tema observado e debatido no cotidiano das pessoas, de acordo com a autora, somos a única espécie que tem a certeza da morte durante a existência. O assunto que antes era abordada em livros e nos meios de comunicação social ganhou um novo território interessante para esta discussão, o ciberespaço. Negrini explica: "Na rede de relacionamentos Orkut podemos encontrar inúmeros espaços voltados à discussão da morte, como a comunidade “Profiles de Gente Morta”".

Argumenta-se no artigo que a morte é um tema complexo para o ser humano e que observar a comunidade "Profiles de Gente Morta" é uma forma de ver "um espaço onde as pessoas podem ser livres das interdições que a sociedade coloca para tratar a temática e expor suas curiosidades, anseios, angústias, enfim, tudo o que pensam sobre a finitude". A pesquisa feita pela jornalista buscou dar sentido aos conteúdos debatidos pelos membros na comunidade em relação à morte trágica e inesperada.

Sobre a pesquisa no ciberespaço é importante que se observe e colete os dados dos usuários e de suas interações virtuais. Uma dificuldade encontrada nestas pesquisas é a criação de múltiplas personalidades eletrônicas por uma única pessoa. Negrini conta que as interações neste estudo ficaram no nível da observação.

A pesquisadora explica que a morte tem sido amplamente discutida no ciberespaço, devido a facilidade de se encontrar sites e espaços para discussão e contemplação da morte. Negrini diz que a pesquisa na comunidade 'Profiles de Gente Morta' mostrou-se interessante e peculiar para pesquisar a morte, já que a maior parte dos tópicos são sobre perfis de alguém que morreu recentemente de forma trágica e a explicação da forma como se deu a morte. "A partir da postagem do perfil do falecido, visitas são feitas a este perfil e comentários e análises sobre a pessoa dele são dispensadas, além de serem feitos comentários sobre a forma que morreu e de serem dados votos de descanso a ele em uma possível vida enterna", justifica.

Algumas conclusões podem ser tiradas com a observação das postagens na comunidade, por exemplo: os membros são interessados em contemplar a temática da morte; as mortes trágicas chamam mais a atenção e estas comovem mais os usuários; não há deboches e nem blasfêmias contra as pessoas que morreram, sendo estas uma das regras da comunidade. Também foram observados que a morte inesperada traz sentimentos de perplexidade, curiosidade, piedade e comoção aos membros da comunidade.

"Independentemente da forma como a morte ocorreu, se ela foge de uma situação comum, corriqueira, desperta muita comoção nas pessoas", acredita. A pesquisa apurou que a morte inesperada que mais choca e causa indignação entre os membros está a morte por crime violento.

Michele Negrini concluiu que no espaço virtual o público tem autonomia para discutir o que no mundo off-line é considerado proibido e pode expor tudo o que pensa sobre a morte sem ter medo de sofrer restrições da sociedade e da cultura. Quanto às postagens, algumas são apenas desejo de descanso eterno ao falecido, "o que demonstra que a pessoa entrou na comunidade para saber mais sobre a morte, para conhecer quem está morrendo e como morreu. Isso evidencia que a 'morte do outro' causa uma espécie de fascínio no ser humano", finaliza.

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