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Destaques

Um Natal diferente

Um Natal diferente. Um Natal sem carregar velhos fantasmas do passado, para se permitir viver o aqui e agora e encerrar um ciclo que já precisava ter encerrado faz tempo. Talvez por fora tudo fosse igual. Talvez tudo parecesse diferente. Mas a verdade era que alguns vínculos se tornavam pesados demais e não valiam a pena manter. Não, nenhuma relação unilateral valia o tempo. Escrevia para se lembrar o quanto algo assim parecia impossível há uns anos. Escrevia para dizer que pouco a pouco havia aprendido a se libertar. Se importava menos com o que os outros pensavam e focava nos próprios limites. Seria um Natal diferente, como deveria ser há anos. Algumas relações se desgastam com o tempo e não têm salvação, não importa o quanto você tente encaixar. De tanto ir deixando ir aos poucos ao longo dos anos, finalmente havia chegado a hora de se soltar de uma vez por todas. Escrevia para dizer o quanto era libertador e que não havia espaço para arrependimento, aliás, recomendava o mesmo ao ou...

Privacidade e Imprensa

Se acontecesse um incêndio em um clube de filmes homossexuais, onde oito homens morreram e você tivesse que noticiar o fato, você revelaria a identidade dos envolvidos? Esta é a reflexão de H. Eugene Goodwin, no livro 'Procura-se ética no jornalismo', em que o autor comenta o caso de dois jornais, o Washington Post e o extinto Washington Star, que enfrentaram o dilema.

Enquanto o Washington Star decidiu identificar os mortos e o local onde aconteceu o incêndio, o Washington Post falou sobre o clube de cinema e sua natureza, mas não identificou as vítimas. Nenhum dos dois jornais publicou os nomes dos feridos.

O ex-ombudsmen do Washington Post comentou que a decisão de não publicar as identidades pode ter acentuado o estigma da homossexualidade, considerando esta vergonhosa para os familiares das vítimas. O mesmo disse que o jornal deveria ter publicado, como o Washington Star fez. "Os nomes constituam notícias e o negócio dos jornais é publicar as notícias", comenta Charles B. Seib. O necessário, como aponta o ex-ombudsmen do falido Washington Star, George Beveridge, não era indicar a sexualidade dos indivíduos, mas relatar a morte de oito seres humanos.

"A questão de saber se o jornalista deve ou não deve revelar ou sugerir a inclinação sexual de uma pessoa que aparece no noticiário é de caráter privado", afirma o autor do livro. Para o autor, apesar da invasão da privacidade das pessoas-notícia, na maioria das vezes, ser uma questão legal, trata-se de uma questão ética, pois muito se sabe o que não deve ser feito, e pouco sobre o que pode ser feito.

Preconceituosa ou não a decisão de não publicar as informações das vítimas com medo do desaprovamento das famílias, o Washington Post acabou deixando de informar corretamente. Todavia, Seib ressalta que se o jornal fizesse uma pesquisa de opinião com os eleitores, existia uma possibilidade destes concordaram com a atitude tomada pelo jornal, já que muitos consideram a imprensa "insensível aos prejuízos e à dor que pode causar aos inocentes".

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