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Destaques

Intenções e contradições

Era ao ouvir o próprio pensamento sendo dito em voz alta, que muitas vezes percebia suas intenções e contradições. Poucos espaços eram tão seguros para isso, como a terapia. E uma vez que percebíamos algo, não podíamos fingir que não sabíamos. Ao parar de fumar cigarro, pensamentos que antes estavam sob controle, agora estavam soltos. A nostalgia aumentava em alguns dias e sabia que precisava ignorar as próprias emoções, pois elas o levariam para um caminho de ilusões. Os dias passavam e continuava se lamentando não ter parado de fumar cigarro antes, como se a cada ano que tivesse fumado, fosse tornando mais difícil ainda a experiência de parar completamente. E, às vezes, era assim também com as pessoas. Saber a hora de deixar ir parece tão difícil, mas tão necessário. Saber que não importa o quanto deseje, isto não se tornaria real. Saber que tentar trazer o passado para o presente, era uma receita para decepção. Ia, então, seguindo firme no propósito. Continuava dizendo não ao cigarr...

Pós-Modernidade e Mídias Sociais


Estudar a pós-modernidade durante o primeiro semestre deste ano me fez refletir bastante sobre os atuais hábitos da sociedade e, principalmente, o comportamento dos usuários nas mídias sociais, como Facebook e Twitter, por exemplo.

Nos tempos atuais tudo é tão fragmentado e estético. Basta observar os milhares de trechos de textos, vídeos e imagens compartilhados a cada segundo. São frases que tentam transmitir alguma mensagem, e por vezes até conseguem, porém quando utilizadas fora de contexto podem perder o seu real significado.

Trechos de músicas, filmes, seriados, livros, entrevistas e opiniões são as principais publicações, seja por conta da identificação com o seu conteúdo, do entretenimento ou da relevância.

As redes sociais são como se fossem uma grande vitrine, onde queremos mostrar somente o nosso lado bom e transmitir uma imagem nossa hipervalorizada. A impressão que se tem quando alguém posta diversas frases de um autor é a de que esse é um fã de suas criações, porém para gostar delas é preciso no mínimo conhecer sua origem e entender sua essência, e não é o que acontece na prática.

Não vejo nenhum problema, por exemplo, em divulgar frases de Clarice Lispector ou de qualquer outro autor, mas as frases da autora chegam a ser patéticas quando usadas fora de suas obras, pois ficam muito parecidas com uma espécie de auto-ajuda.

Enquanto perdemos nosso tempo tentando mostrar algo que às vezes não condiz com nossa realidade, pois no ciberespaço nossa vida virtual se confunde e mistura com a real, deixamos a vida acontecer e passar diante dos nossos olhos.

As mídias sociais perderam o papel de ferramentas e nós nos tornamos seus escravos. Se não compartilhamos algo é como se simplesmente não tivesse acontecido.Talvez seja preciso mudar a mentalidade de "Você é o que você compartilha" e começar a pensar mais em "Compartilhar menos e ser mais".

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