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Destaques

Para onde vão todas coisas que não dissemos?

Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas que não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em...

A Realidade e os Contos de Fadas


Não é difícil imaginar a razão pela qual os contos de fadas fizeram e ainda fazem sucesso entre as pessoas de todas as idades. Lembrando que os mesmos foram produzidos originalmente para adultos, tratando de assuntos polêmicos relacionados à moralidade e ao sexo, por exemplo, e adaptados posteriormente para os mais novos.

Ao assistir Once Upon A Time, uma série televisiva onde diversos contos de fadas foram adaptados e suas histórias são interconectadas, os roteiristas mostram como é possível essa convergência. Entre os motivos da interconexão bem-sucedida, na qual várias histórias juntas formam uma maior, estão os heróis que enfrentam o mal e as abordagens de diversos assuntos tratados durante as nossas vidas, como os relacionamentos, sonhos, medos, doenças, vida e morte.

Para quem consegue enxergar nas histórias, mesmo as de ficção, além do horizonte, os contos de fadas são ótimas opções de entretenimento e de renovação das esperanças. Em um mundo em que a matéria e o capital são cada vez mais valorizados e as relações e sentimentos são deixados de lado, às vezes é preciso acreditar que o bem ou amor vai triunfar sobre as coisas ruins da vida.

Tudo aquilo que contribui para a nossa felicidade, também faz bem para a nossa saúde. Enquanto a humanidade perde cada vez mais as noções de contato humano, amor e da moral, a tradição dos contos de fadas de abordar a vida em sociedade, valores culturais, angústias e confrontos do ser humano auxiliam o desenvolvimento das crianças e uma espécie de resgate dos adultos.

Fantasia e realidade se misturam. O olhar mais atento aponta que não existem tantas diferenças entre os personagens fictícios, suas histórias e os nossos cotidianos. As características físicas e mágicas podem contrastar com o mundo real, mas quando se tratam dos sentimentos, intenções e comportamentos, nós conseguimos enxergar um pouco de nossas essências dentro de cada um dos personagens.

É possível observar um padrão nas histórias dos contos de fadas, no qual os personagens principais, geralmente, precisam lidar com situações sozinhos (escolhas) e passam por coisas boas e ruins, muitas vezes, mudando as suas perspectivas sobre a vida.

“E eles viveram felizes para sempre”, quem é que não deseja alcançar a felicidade eterna? Seja por meio de teorias ou por experiência própria, aprendemos que a felicidade é temporária e seria utópico tentar buscar o inalcançável. Todavia, através das histórias encontramos conforto, apoio e a esperança de que as dificuldades podem ser superadas. Tais quais os personagens, às vezes também precisamos nos perder nas florestas negras, enfrentar diferentes criaturas e situações, para finalmente encontrarmos a felicidade.

O que as histórias tentam passar são a necessidade de aprender o certo e o errado, a importância do desenvolvimento individual e de saber viver em sociedade. No final das contas, talvez não é tão difícil assim “viver feliz para sempre”.

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