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Destaques

Desarmando alarmes

Relaxar é muito mais fácil na teoria do que na prática. Desarmar o sistema de alarmes da ansiedade que, vez ou outra, pode apitar ainda que nada esteja acontecendo. É somente ao aceitar se soltar do peso de estar alerta o tempo inteiro que conseguia aproveitar o momento presente. Não poderia fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Era abrindo mão do controle que se permitia encarar as coisas como elas eram. O excesso de controle não faria o problema desaparecer. Pelo contrário, muitas vezes precisava de uma distância saudável para se autorregular.  O medo e a ansiedade significavam que era algo que precisava prestar atenção, mas também eram lembretes de não levar tão a sério. No final das contas, estar bem era muito mais do que não estar em crise. O excesso de ansiedade poderia dar uma falsa ilusão de que tudo estava sob controle, mas era ao abrir a mão e confiar que conseguia voltar a viver: era mais do que um diagnóstico. Ao mover a atenção, pouco a pouco ia se permitindo viver o aq...

Histórias Interrompidas


Texto: Ben Oliveira

Já começou, escreveu ou leu uma história e quando você finalmente conseguiu terminar aquela parte, ela foi bruscamente interrompida? É mais ou menos como um acidente de carro ou como a paixão, seja lá como você queira definir, acontece tão rápido que você nem tem tempo de processar o que está acontecendo.

O problema com tudo o que te encanta de primeira te remete a aquela maldita frase: "Easy come, easy go" – algo como, o que vem fácil, vai mais fácil ainda. E não importa quantas vezes você passe por uma situação assim, é sempre mais forte do que você, a ponto de você conseguir dizer não.

Ele acordou animado para escrever aquele texto. Era como se ele não botasse para fora o que estava sentindo, aquilo consumiria todas as suas energias. Quando a inspiração aparece, é melhor se render e deixar aquele estado frenético passar, do que tentar nadar contra a maré.

E depois de deixar o fogo consumir, você percebe que só restaram cinzas e queimaduras. Aquela história ficou incompleta e o máximo que você pode fazer é joga-la fora ou guardar na sua memória, mas publica-la não era opção.

Talvez nem todas histórias são destinadas a serem grandes romances, no sentido literal da palavra – gênero literário –, talvez algumas não tenham potencial para tal e sejam um daqueles entretenimentos consumidos em uma sentada, como uma crônica ou um conto, e o que as diferenciam é o quanto o leitor sentiu-se preso naquela teia de palavras.

Tal como um conto pode ser muito melhor do que um longo romance, maçante e com excesso de detalhes, existem romances de valores históricos, clássicos da literatura que foram imortalizados.

Contar uma história em poucas palavras pode ser fascinante. Um conto é como uma paixão, tudo acontece tão rápido, omitindo os detalhes pormenores e deixando com gosto de quero mais, mas só o romance torna possível você conhecer um personagem, se identificar e viver uma série de altos e baixos, mergulhar nas centenas de páginas e se contentar com os dramas entrelaçados.

Por mais gostoso que seja ler um conto e se apaixonar, é o romance e o amor que se aproximam da complexidade da vida e seus relacionamentos.

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