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Destaques

Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Pedalada, Disciplina e Paciência

Texto: Ben Oliveira

Neste domingo, acordei às 9 horas da manhã, algo que não costumava fazer há um bom tempo. Sempre deixei o final de semana para poder dormir mais e acordar na hora que o meu corpo desejasse. Com uma nova jornada em mente, comecei a organizar minha vida novamente.

“Por que você acordou cedo hoje?”, quem está lendo deve estar se perguntando. Acordei porque decidi que iria pedalar nesta manhã. Depois de tomar um banho, me alimentar e passar protetor solar, lá estava eu com a bicicleta pedalando feliz da vida no Parque dos Poderes – uma região de Campo Grande (MS), onde as pessoas costumam praticar atividades físicas, como caminhada, corrida e pedalada.

Pedalar era mais do que a simples atividade física, mas também uma maneira de me desligar dos pensamentos destrutivos, controlar minha ansiedade e oxigenar o cérebro. A sensação de percorrer aquelas avenidas, sentir o vento nos cabelos e ouvir as músicas da Natasha Bedingfield era relaxante.

Quando estamos perdidos, os dias parecem sem sentido e tanto faz o que pode acontecer, mas naquela manhã, por incrível que pareça, eu acordei bem-humorado e otimista, dois adjetivos que não combinavam muito com os meus domingos, principalmente quando eu acordava cedo.

Após 40 minutos de pedalada, percebi que nos pequenos acontecimentos do cotidiano conseguimos tirar lições. Nem sempre as coisas acontecem como esperávamos e cabe a nós decidirmos como vamos reagir. Tive que respirar diversas vezes para não deixar aquela situação me irritar. Um dos pedais da bicicleta havia quebrado e todo o percurso que eu fiz naquele tempo, eu levei o dobro do tempo para retornar para casa.

Sob o sol forte, tive que carregar por mais de uma hora a bicicleta. Antigamente, eu xingaria, gritaria e odiaria aquela situação, mas, hoje, eu simplesmente me deixei levar, tentando enxergar o lado positivo, se é que havia algum. Observei um casal de velhinhos sentados em frente ao carro e lendo seus jornais, diversas pessoas praticando atividades e se esforçando para conquistarem seus objetivos e um homem vendendo picolé naquele calor infernal.

Enquanto nos filmes, seriados e livros, um personagem na minha situação certamente poderia ser ajudado por alguém interessante, a realidade me atingiu em cheio quando a única pessoa interessada em me auxiliar, na verdade estava com segundas intenções do que desejando ser prestativo. Pois é, nada de príncipes encantados, paixões à primeira vista e amores de verão, a vida estava me lembrando de que, às vezes, era preciso passar por situações desconfortáveis e passar por tudo aquilo de cabeça erguida.

Falta pouco tempo para que uma nova jornada se inicie em minha vida e enquanto eu ainda não estou lá, percebi que posso tentar aprender mais sobre a vida e a necessidade de disciplina e paciência, dois elementos essenciais para a conquista dos seus ideais. E foi assim que uma simples pedalada se transformou em mais uma lição para mim.

Comentários

  1. Interessante. Concordo contigo em gênero, número, grau e semântica contigo pois passei por algo parecido alguns dias atrás quando tb fui pedalar no Pq.dos Poderes. A diferença é que foi a corrente da bicicleta que usava (uma Monareta de 1973 que foi do meu avô) que insistentemente caia e tinha que ajustar e que consequentemente, me sujava as mãos e braços de graxa, a outra é que ninguém tentou me ajudar, mesmo que com segundas intenções.
    Moro distante desta localidade mas gosto de pedalar por lá pois recordo da minha infância, adolescência e início de vida adulta da época em que morava nessa região, além de contemplar um local agradável e de natureza rica de nossa cidade. A cada momento em que caía a corrente e tinha que ajustar, eu dizia pra mim mesmo o qto é importante mantermos a calma, foi um exercício (forçado, mas foi..rs) de paciência e tolerância que devemos insistir em colocar em prática no cotidiano das nossas vidas. Seja nas filas de banco, cinema e supermercados, seja com aquele colega de trabalho que não suportamos, com nossos familiares e amigos e até mesmo com nossos dramas internos, paciência e tolerância. É isso caro escritor, espero que essa lição realmente tenha tido alguma relevância pra ti e que tb tenha arrumado o pedal da sua bicicleta. Boas pedaladas e ótimas inspirações pra vc!!!

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