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Destaques

Missing: Drama coreano sobre pessoas e corpos desaparecidos

Missing: The Other Side é uma série coreana de fantasia e duas temporadas sobre uma vila onde moram fantasmas de pessoas desaparecidas, cujos caminhos se cruzam com o de seres vivos que tentam obter informações para descobrirem mais sobre os desaparecimentos, quer estejam vivos ou precisam que seus corpos sejam encontrados para se libertarem. Se na primeira temporada havia um lugar específico, na segunda temporada eles descobrem que há outros lugares onde os fantasmas vivem enquanto aguardam descobrirem onde estão seus corpos. A aventura recomeça e embora já tenham certa experiência no assunto, muitas dúvidas permanecem sobre como eles podem ajudar no processo de libertação dos fantasmas. Missing foge dos clichês românticos e se foca nesse trabalho em conjunto com a polícia, ainda que os depoimentos feitos por fantasmas não podem ser usados, as informações detalhadas sobre as memórias antes da morte acabam fazendo toda diferença. É uma série que embora seja triste, consegue manter uma ...

Morte: Nosso segundo maior presente - Julio Mesquita


A morte é um bem a ser recebido, acredito. A retórica se repete, porém sem nenhum compromisso filosófico, contrariando o costume de uma verbalização insensata, minimizando os caprichos intelectuais que, muitas das vezes, só atrapalham a concretização de uma concepção bem mais próxima de um suposto ideal. E, tendo Nietzsche conduzido a questão com maestria, fica para nós, a incumbência do molde do quadro já pintado. Portanto, observando assim, facilita bastante a trajetória de um novo raciocínio, o que abrange horizontalmente, no sentido do que ainda se discute e que é provado.

Nessa proposição por mim formulada, darei um leque irrestrito e avaliado que claro, estará aberto a questionamentos, como qualquer diálogo democrático. E mesmo em virtude de me confrontar com determinados sincretismos religiosos, habilito-me a reverberações que me convençam do contrário ou que me tragam elementos incógnitos, não antes, mas bem depois, a tudo o que já foi dito e escrito. Reafirmo: a morte é um bem a ser recebido. Se não for isso, é a própria glória se materializando no material, criando um portal indivisível, no qual todos nós teremos que passar para que se realize o plano divino. Você acredita nisso? Não? É aí que eu me proponho a explicar.

É bem verdade que ninguém, exceto Lazaro, ressuscitado, como diz a bíblia, experimentou a morte para a santificação de Jesus Cristo. Mediante a isso, foquemos a chance de que esse fato, se é que é, volte a se repetir no decorrer dos séculos e milênios, se o planeta, importante dizer, ainda suportar a imposição da presença humana. Indiferentemente aos sentimentos, a morte se constitui dizimando, sem qualquer critério, o que está vivo, o que se mexe, o que planeja, o que sofre ou é feliz, provocando perplexidade nos que ficam, também aguardando o seu súbito momento.

Eficiente, ela não argumenta e nem é estrategista, só executa a função da qual se orgulha, pois julga para si ser a melhor, a mais nobre de todas, o Serafim da prática no conglomerado universo, por onde sua lei se estende, até os confins das estrelas, fazendo o que realmente compete a ela fazer: resumir com um ciclo.

Há quem diga ter experimentado a morte, ter vivido após ter morrido, isso por minutos, por meses e anos, como nos comas induzidos ou involuntariamente, e que nem mesmo a ciência soube explicar muito bem, para nossa satisfação e esclarecimento. Porém, o blábláblá é tão clichê, que irrita, principalmente a mim. Nuvens, fumaça, luz, áureas, anjos, jardins, gnomos, cristal, ouro, estrada, aves, aff!!! Não duvido que afirmem ter visto o elo perdido, o planeta dos macacos, já que tudo é possível a esses lunáticos em potencial. É natural que reproduzamos imagens nos sonhos, quando dormimos ou estamos induzidos a ele, aquilo que repetidas vezes ouvimos falar, lemos ou imaginamos do paraíso, do mundo extrafísico, do suposto céu, do Éden, de Adão e Eva. Isso quando não é o inferno o foco do imaginário do indivíduo. Aí, a psique do doidão projeta o fogo, capetas, garfos tridentes, grandes caldeiras transbordando um líquido indizível, fedendo a enxofre e borbulhando. O subconsciente reproduz todas aquelas histórias da nossa infância, do medo que nos aflige, além do que também almejamos.

Muito escutei dizer que a vida é nosso maior presente. Se for o maior, a morte ocupa o segundo lugar no ranking das dádivas divinas que nos são dadas. (Voltarei ao assunto)

*Julio mesquita é publicitário e escritor. Site / E-mail: mesquita.julio@uol.com.br

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