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Destaques

Para onde vão todas coisas que não dissemos?

Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas que não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em...

Resenha: Psicologia Uma Nova Introdução – Luiz Figueiredo e Pedro Santi

Psicologia: Uma (nova) introdução é um livro escrito por Luiz Claudio M. Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi, publicado pela primeira vez em 1991, pela Educ – Editora da PUC-SP. A obra traz uma visão histórica da psicologia como ciência, desde os primórdios e os projetos até os dias atuais, com sua atuação profissional e visão cultural.

Os autores descrevem o caminho percorrido para a psicologia se tornar uma ciência independente, trazendo uma visão panorâmica e crítica. Segundo o livro, a psicologia ganhou um território próprio somente a partir de meados do século XIX, se destacando no ensino e na pesquisa e com a existência do psicólogo.

Para acontecer o surgimento da psicologia, os autores comentam que existiram algumas precondições culturais, como a experiência da subjetividade privatizada, na qual o homem sente que suas sensações são próprias, originais, incomunicáveis. Com as crises sociais e a quebra de tradições culturais, o homem perde seus referenciais e descobre que é responsável pelas suas próprias decisões e passa a crer na liberdade.

Com o desenvolvimento da modernidade e sua crise, percebeu-se que o homem não é tão livre e tão diferente de outras pessoas como imaginava, ajudando a formular e entender o que está por trás das experiências. A psicologia surgiu, então, para compreender o comportamento humano, os projetos de previsão e controle científico.

Os conhecimentos da Filosofia e dos pesquisadores da época ajudaram na visão da psicologia como uma ciência. Ao mesmo tempo em que o cientista se via na condição de dominar a natureza, criou-se a crença da objetividade, para a obtenção de um conhecimento verdadeiro e o entendimento e dominação da subjetividade.

A obra cita alguns projetos de psicologia como ciência independente, como o Projeto de Wundt, o projeto de Titchener, a psicologia funcional, o comportamentalismo, a psicologia da Gestalt, o behaviorismo radical de Skinner, a psicologia cognitivista de Piaget e a psicanálise freudiana.

Projeto de Wundt – o alemão Wundt foi um dos pioneiros na formulação de um projeto de psicologia como ciência e estudando a experiência imediata, não se limitando a experiência subjetiva, mas usando métodos experimentais e analisando os fenômenos culturais.

Projeto de Titchener – a psicologia deixa de ser independente e se aproxima das ciências naturais, através da observação e experimentação. Além da existência da mente, estuda-se também o corpo (processos psicofisiológicos).

Psicologia Funcional – a psicologia é vista como uma ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos como formas de interação adaptativa (instrumentos de adaptação e comportamentos adaptados).

Comportamentalismo – a psicologia estuda o comportamento e suas interações com o ambiente, deixando um pouco de lado a auto-observação. Há a preocupação com o controle do comportamento para a obtenção de uma sociedade administrativa e estritamente funcional.

Gestalt – psicologia da estrutura, da totalidade ou da forma, a Gestalt analisam os fenômenos da percepção e da memória relacionado à forma de estruturas. Entre as características dos projetos gestaltistas estão o reconhecimento da experiência imediata e a relação entre experiência com a natureza física-biológica e valores socioculturais.

Behaviorismo radical de Skinner – o projeto skinneriano reconhece a experiência imediata a partir de um ponto de vista social, entendendo sua gênese e natureza e aceitando a importância das relações sociais.

Psicologia cognitivista de Piaget – estuda o desenvolvimento das funções cognitivas e da moralidade, através da observação do comportamento da criança e como essas experiências vão transformando sua forma de ver o mundo.

Psicanálise freudiana – Freud se dedica a clínica psicanalítica. O psicanalista estuda o inconsciente e descobre com os pacientes o significado de suas palavras, pensamentos e sonhos, encontrando uma relação com os seus sintomas.

Quando se trata da psicologia vista como profissão, os autores falam desde a sua atuação em empresas para selecionar funcionários, no sistema educacional, na clínica. “O psicólogo aparece para muita gente como uma espécie de adivinho e de bruxo, que descobre rapidamente quem somos e produz mudanças mágicas no nosso jeito de ser”, afirmam.

O livro também fala como a psicologia é aplicada na cultura, no entanto os autores criticam que muitas vezes ela ajuda a disseminar mitos, como a ilusão da liberdade e da singularidade,e as tão divulgadas terapias de autoajuda.

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