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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Fragmentos de Mim

Há dias em que me sinto quebrado e preciso de um tempo sozinho para me recuperar. Sinto como se eu estivesse sendo puxado para diferentes direções, só restando fragmentos de mim.

Quando me sinto despedaçado, é como se eu estivesse fora de mim. Sabe quando dizem que é preciso fazer as coisas de corpo e alma? Sinto com a minha mente, o meu corpo e a minha alma estivessem em diferentes dimensões.

Com esta falta de equilíbrio, tudo parece pela metade. É preciso coragem para enfrentar meus demônios sozinho. Me isolo do mundo e tento me segurar nas paredes para não cair em um poço escuro, onde posso me afogar nos meus próprios pensamentos.

Se estou distante? Estou. Aliás, partes de mim estão longe, enquanto meu núcleo espera pacientemente os seus retornos. Tento manter a calma, respirar, fazer uma coisa de cada vez e deixar que os diferentes fragmentos se encaixem. Sou como um quebra-cabeça.

Esse excesso de informações e de mundos virtuais acabam com minha falha estrutura. Me falta resiliência para voltar ao normal depois de cada jornada para mundos desconhecidos. Porém, é como se a cada viagem, da mesma forma que eu leve um pedaço da aventura para casa e revivo aquela experiência, parte de mim também ficasse por esses lugares. A troca é obrigatória.

Nessa troca de pedaços, vou morrendo, adoecendo e adicionando novos fragmentos à minha própria história. Quem eu fui há um dia, já não é quem eu sou hoje.

Como um mutante, meus pedaços misturados aos fragmentos de outras pessoas, outras vivências, outras leituras, outras jornadas, me transformam a todo instante. Há quem prefira ser igual a vida toda e fuja da inevitável mudança. É impossível permanecer estático. Aceito meu destino com dor e glória. Cada pedaço deixado para trás dá lugar a um novo eu.

Os pensamentos se confundem, a cabeça dói, o corpo cansa e a alma sente. Basta uma noite de sono para tudo voltar ao seu respectivo lugar e quem sabe nos sonhos, eu me lembre o que perdi ou ganhei.

Apago as luzes, fecho os olhos e tento não pensar em nada. Escureço a memória, adormeço os pensamentos e esvazio a mente. É no outro dia em que eu vejo tudo se repetindo. Estou inteiro, corpo, mente e alma reunidos em um só lugar.

Quando me levanto, vejo fragmentos de mim na cama, uma mancha de quem eu costumava ser em todos os cantos do quarto, da vida, do mundo. Assopro meus livros e vejo mais pedaços de mim se espalhando pelo ar.

Começo uma nova leitura, escrevo um novo texto. Sou paradoxal, completo e incompleto, inteiro e fragmentado. Gosto de ser assim, de sempre viver, conhecer coisas novas, me transformar, morrer, renascer e distribuir por aí fragmentos de mim.

*Ben Oliveira, blogueiro e escritor

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