Viajar. Uma maneira de se desconectar do seu dia-a-dia, porém nem todos conseguem desapegar como deveriam. O processo de relaxar começa antes mesmo de a viagem iniciar. Sua mente precisa se transformar. O celular e a internet já não precisam mais ser prioridades em sua vida.
Desligo o aparelho. Por mais que a minha vontade de compartilhar com os amigos o que está acontecendo, há alguém com quem eu preciso conversar e reconectar, eu mesmo. Após completar 24 anos, é como se eu estivesse passando por uma crise. Aliás, me recordo de sempre estar enfrentando essas turbulências. Dizem que os problemas e a busca pela própria identidade começam na adolescência, mas desde novo, tenho enfrentado o meu pior inimigo, eu mesmo. Sou o meu herói e o meu vilão.
Dentro do avião, fecho os olhos e tento adormecer. Respiro com calma, escureço a minha mente e tento renovar as minhas energias. Bom mesmo seria se toda viagem realmente fosse relaxante, mas é preciso aceitar as reviravoltas. Talvez tudo isto é o que torna uma viagem transformadora. Precisamos aprender a lidar com o outro. A convivência nem sempre é agradável. Nos primeiros momentos reina a paz e o sentimento em comum de todos fazerem parte daquela aventura. Cada um com seu propósito, sua bagagem, sua vivência, suas maneiras de pensar. Não dá para esperar que todos se comportem de forma parecida.
Ah, o mar... Pensar na praia, nas ondas e em tudo o que simboliza estar lá me faz relaxar e aliviar as minhas tensões. Catarse. Preciso retirar os pesos das minhas costas e deixar os sentimentos fluírem. Ano que vem tudo irá mudar novamente. Aliás, não estamos mudando a cada minuto? Estou cada vez mais perto de quem eu gostaria de ser ou visto uma máscara e interpreto o que a sociedade espera de mim?
Quero publicar os meus textos e firmar os meus pés na escrita. Não é o que todos dizem, que quando fazemos algo que gostamos transformamos o nosso trabalho em diversão? Notei que meus textos têm abordado transformações e mudanças. Inevitável lutar contra o tempo. Toda troca é válida. Todavia, também é preciso saber quando, como e com quem ficar. Estar sempre à procura de algo melhor pode significar fuga.
Todos nós queremos alguém por perto, porém sempre que temos uma oportunidade fugimos. Não seria hipocrisia esperar dos outros o que não fazemos? Pedir por algo que não temos para oferecer? Preciso fortalecer o meu núcleo, ser como a areia que é arrastada pelo mar, aquecida pelo sol, carregada pelos pés e ainda assim continua intacta.
Desligar-se do passado, do presente e do futuro. Simplesmente viver o momento. Não se preocupar com o que os outros pensam ou não. Estar lá de corpo e alma, sem se desfragmentar pelas redes da internet. Sei que não serei forte o suficiente para não compartilhar uma foto pelo menos, mas gostaria de parar de me sobrecarregar com essas funções desnecessárias que criamos para preencher o vazio.
Excelente texto. Parabéns!
ResponderExcluirOlá, Irene! Muito obrigado por sua visita. Fico feliz que tenha gostado.
ExcluirVolte sempre!
Beijos
Muito Bom ... Parabéns.. Recomendo...
ResponderExcluirAbs
Gisele
Oi, Gisele!
ExcluirMuito obrigado por sua visita e comentário!
Volte sempre :D