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Destaques

Mudança de energia

Mudança de energia: às vezes é tudo o que você precisa para reequilibrar as coisas. De repente, você se dá conta em quanta atenção tem dispensado para uma coisa e/ou uma pessoa, uma energia que poderia usar para outras coisas, às vezes é algo tão automático, que você se esquece da importância de dizer não. Era muitas vezes ao não dizer não para o outro, que estava dizendo não para si mesmo. O problema era quando a impulsividade ganhava força e se sentia cada vez menos no controle da situação. Era, então, quando se lembrava da importância dos limites, não só do outro, mas de si mesmo. Pensava na quantidade absurda de tempo que gastava fazendo companhia para o outro, um tempo que poderia usar para si mesmo. Pensava em como deveria estar usando o tempo para escrever, aprender algo novo, se divertir, conhecer outras pessoas, fazer qualquer coisa que não envolvesse o outro. Por que, diabos, deveria deixar o outro como uma prioridade, quando não era recíproco? Há dias pensava no que poderia ...

Reflexão: Transitoriedade e Aceitação

Transitoriedade. Precisamos anotar esta palavra. Além da morte, a única coisa que temos certeza na vida é a de que tudo muda. Sabendo que nada permanece igual, podemos nos prevenir da decepção. Embora seja óbvio, quando estamos mergulhados nos problemas, nos sentimos miseráveis e quando estamos maravilhados com as novidades, não queremos enxergar que tudo vai se transformar em breve.

Em um dia estamos com a autoestima baixa, no outro nos sentimos nas alturas. Em uma hora estamos irritados, na outra estamos sorrindo. Passamos pelo sofrimento e pela felicidade diariamente. Será que podemos controlar nossos sentimentos? Viver é sofrer. O sofrimento não é opcional, faz parte do pacote. Não é possível escolher ser só feliz, até porque a felicidade é temporária.

Nos momentos de trevas, nos deixamos levar por quaisquer palavras, conselhos, ideias, até mesmo as mais genéricas retiradas de um livro de autoajuda. “É preciso passar por momentos difíceis para valorizar os bons”. Tudo bem. Será que realmente só damos valor ao que desejamos depois de sofrer? Nem sempre. Da mesma forma que se sentir mal não nos torna bem vistos pela alegria.

É neste momento em que entra a aceitação. Não importa o quanto desejamos que algo seja como esperávamos, idealizávamos, projetávamos. De um minuto para o outro tudo pode mudar, num simples piscar de olhos ou na batida de asas de uma borboleta. Quanto mais expectativas criamos quando estamos felizes, maiores são as chances de transformarmos nosso porto seguro em um inferno e nos sufocarmos pelas próprias imagens, pensamentos e sensações que criamos em nossas cabeças.

Não basta aceitarmos que tudo vai mudar quando estamos tristes, quando chove sem parar, dentro e fora de nós e torcemos para que o sol apareça logo, iluminando todos os cantos obscuros de nossas almas. A aceitação envolve o reconhecimento da transitoriedade também nos momentos bons, quando estamos tão felizes com algo e desejamos que aquele sentimento nunca passe; acredite, ele vai passar e quanto mais você lutar contra a mudança, mais sofrimento vai trazer à sua vida.

Precisamos encontrar o caminho do meio, o equilíbrio, a harmonia. Apreciar um pouco do inferno no paraíso e se sentir em paz até mesmo diante da morte. De todas as ilusões que buscamos ao longo da vida, como amores perfeitos, riquezas, uma vida livre de doenças, imortalidade, famílias de comercial de margarina, amizades que duram a vida toda, a pior delas e a que envolve toda a nossa existência, é a de não querermos enxergar e aceitar o fato de que tudo se transforma e nada permanece igual.

O que fazer, então? Estamos na merda, mas podemos sorrir, pois logo o jogo vai virar, ele sempre muda, não importa o quanto julgamos que não. Estamos felizes e precisamos valorizar cada minuto como se fosse o último, e certamente será, já que tudo muda o tempo todo e lutar contra o inevitável só nos colocará novamente para baixo, na escuridão. A aceitação da transitoriedade nos ajuda a andar no meio, enquanto passamos pelos altos e baixos da vida, sem desistirmos e também sem exagerar nas expectativas.

Devemos, então, refletir. Só enxergamos o gramado do vizinho sempre verde, porque não desejamos enxergar o óbvio, pois até a grama dele está sempre mudando. Tudo o que podemos fazer é torcer para que nossas gramas secas ganhem vidas e fiquem verdes e quando, finalmente, elas estiverem do jeito que gostamos, nos sentirmos gratos e aceitarmos que logo ela vai estar diferente.

Tudo muda – aceite.

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