O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pajamas) é um desses
filmes de drama, de
2008, baseado no livro homônimo escrito por
John Boyne, que emociona o espectador pelo seu enredo triste e o seu final trágico. Dirigido por
Mark Herman e com os atores no elenco: Asa Butterfield (Bruno), Jack Scanlon (Shmuel), Vera Farmiga (no papel da mãe de Bruno), David Thewlis (no papel do pai) e Rupert Friend (Kotler).
A história começa em
Berlim, onde
Bruno vive com sua família. Até que o pai soldado é transferido para uma região, próximo a um campo de concentração, onde estão aprisionados diversos soldados. O menino de 8 anos incapaz de entender o que é tudo aquilo, acaba fazendo amizade com
Shmuel, um garoto judeu da mesma idade.
– Não permitem que você saia? Por que? O que você fez?
– Sou judeu.
No novo lar, Bruno vive entediado, exceto pelo relacionamento com Shmuel, o qual ele sempre visita escondido, ao descobrir que a família não aprovaria a amizade. Os momentos de ignorância do protagonista chegam a ser engraçados pela maneira que ele enxerga as coisas, por exemplo, achando que
Pavel, um dos judeus que era médico antes de ser levado para o campo de concentração, deixou sua profissão para descascar batatas porque queria ou quando Shmuel conta para Bruno, que o pai costumava ser relojoeiro.
É interessante notar que à medida que o menino vai descobrindo mais sobre a realidade daquele lugar, mais angustiado ele vai ficando. Aliás, não só Bruno, como também sua mãe. A irmã
Gretel, no entanto, encantada por um dos oficiais e alienada pelo clima nacionalista, de que o pai está fazendo um bom trabalho em ajudar o país a crescer, fica animada e tenta explicar ao irmãozinho a situação.
Vera Farmiga atua muito bem no papel da mãe que não deseja ver os filhos sendo criados naquele lugar. As discussões com o marido por não concordar com as práticas de extermínio e a preocupação com Bruno, fazem-na roubar a cena com suas atuações dramáticas. Porém, o que é de quebrar o coração é a atuação do garotinho judeu, que mesmo tendo a mesma idade de Bruno, parece saber mais sobre a dura realidade do que ele.
"Nós não deveríamos ser amigos, você e eu. Nós fomos feitos para ser inimigos. Você sabia?"
Ao final do filme, a família de Bruno enfrenta as consequências de suas escolhas, enquanto o pobre Shmuel lida com o que estava destinado para ele, desde o início. O Menino do Pijama Listrado tem um bom ritmo, envolvendo o espectador aos poucos, até que ele simpatize com os personagens e deseje que a história termine bem. Todavia, o clímax e a resolução do conflito proporcionam uma dose de catarse.
A reflexão que fica e é sentida na pele dos pais é a de que será que os judeus mereciam realmente passar por tudo aquilo e como se eles se sentiriam se fosse alguém conhecido. Aliás, o extremismo é tanto que um dos militares é afastado de lá e enviado para o combate, por não ter denunciado o próprio pai que havia fugido do país no início da guerra. Tive a oportunidade de conhecer um dos museus sobre o
holocausto e posso dizer que ver todos os pertences daquelas pessoas exterminadas é algo assombrador. O mais assustador em tudo isso é perceber que todos esses assassinatos e destruições em massa pode acontecer a qualquer instante, por causa da ganância do ser humano e da necessidade de se sentir no poder. As cicatrizes deixadas por
Adolf Hitler são inesquecíveis, porém ele também mostrou como a manipulação e o nacionalismo podem ser fatais.
O Menino do Pijama Listrado ganhou 6 prêmios, entre eles de melhor filme, para o diretor Mark Herman e de melhor coadjuvante para a atriz Vera Farmiga (atualmente, está interpretando a personagem Norma Bates, no seriado
Bates Motel).
Assista ao trailer de O Menino do Pijama Listrado: