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Destaques

Dois meses sem fumar cigarro

Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início. Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram. Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro. Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desi...

Filme: O Menino do Pijama Listrado – A amizade e a tragédia em tempos de guerra

O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pajamas) é um desses filmes de drama, de 2008, baseado no livro homônimo escrito por John Boyne, que emociona o espectador pelo seu enredo triste e o seu final trágico.  Dirigido por Mark Herman e com os atores no elenco: Asa Butterfield (Bruno), Jack Scanlon (Shmuel), Vera Farmiga (no papel da mãe de Bruno), David Thewlis (no papel do pai) e Rupert Friend (Kotler).


A história começa em Berlim, onde Bruno vive com sua família. Até que o pai soldado é transferido para uma região, próximo a um campo de concentração, onde estão aprisionados diversos soldados. O menino de 8 anos incapaz de entender o que é tudo aquilo, acaba fazendo amizade com Shmuel, um garoto judeu da mesma idade.

– Não permitem que você saia? Por que? O que você fez?
– Sou judeu.

No novo lar, Bruno vive entediado, exceto pelo relacionamento com Shmuel, o qual ele sempre visita escondido, ao descobrir que a família não aprovaria a amizade. Os momentos de ignorância do protagonista chegam a ser engraçados pela maneira que ele enxerga as coisas, por exemplo, achando que Pavel, um dos judeus que era médico antes de ser levado para o campo de concentração, deixou sua profissão para descascar batatas porque queria ou quando Shmuel conta para Bruno, que o pai costumava ser relojoeiro.

É interessante notar que à medida que o menino vai descobrindo mais sobre a realidade daquele lugar, mais angustiado ele vai ficando. Aliás, não só Bruno, como também sua mãe. A irmã Gretel, no entanto, encantada por um dos oficiais e alienada pelo clima nacionalista, de que o pai está fazendo um bom trabalho em ajudar o país a crescer, fica animada e tenta explicar ao irmãozinho a situação.


Vera Farmiga atua muito bem no papel da mãe que não deseja ver os filhos sendo criados naquele lugar. As discussões com o marido por não concordar com as práticas de extermínio e a preocupação com Bruno, fazem-na roubar a cena com suas atuações dramáticas. Porém, o que é de quebrar o coração é a atuação do garotinho judeu, que mesmo tendo a mesma idade de Bruno, parece saber mais sobre a dura realidade do que ele.

"Nós não deveríamos ser amigos, você e eu. Nós fomos feitos para ser inimigos. Você sabia?"

Ao final do filme, a família de Bruno enfrenta as consequências de suas escolhas, enquanto o pobre Shmuel lida com o que estava destinado para ele, desde o início. O Menino do Pijama Listrado tem um bom ritmo, envolvendo o espectador aos poucos, até que ele simpatize com os personagens e deseje que a história termine bem. Todavia, o clímax e a resolução do conflito proporcionam uma dose de catarse.

A reflexão que fica e é sentida na pele dos pais é a de que será que os judeus mereciam realmente passar por tudo aquilo e como se eles se sentiriam se fosse alguém conhecido. Aliás, o extremismo é tanto que um dos militares é afastado de lá e enviado para o combate, por não ter denunciado o próprio pai que havia fugido do país no início da guerra. Tive a oportunidade de conhecer um dos museus sobre o holocausto e posso dizer que ver todos os pertences daquelas pessoas exterminadas é algo assombrador. O mais assustador em tudo isso é perceber que todos esses assassinatos e destruições em massa pode acontecer a qualquer instante, por causa da ganância do ser humano e da necessidade de se sentir no poder. As cicatrizes deixadas por Adolf Hitler são inesquecíveis, porém ele também mostrou como a manipulação e o nacionalismo podem ser fatais.


O Menino do Pijama Listrado ganhou 6 prêmios, entre eles de melhor filme, para o diretor Mark Herman e de melhor coadjuvante para a atriz Vera Farmiga (atualmente, está interpretando a personagem Norma Bates, no seriado Bates Motel).

Assista ao trailer de O Menino do Pijama Listrado:

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