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Destaques

Resenha: Tempo de Cura – Monja Coen

O livro Tempo de Cura , da autora Monja Coen , está repleto de reflexões e foi escrito no período da Pandemia de Covid-19, no período em que o Brasil e o resto do mundo estava lidando com questões como o isolamento social e o uso de máscaras respiratórias, bem como com pessoas que se negavam a seguir as orientações de saúde pública. O livro foi publicado pela editora Academia , em 2021. Compre o livro: https://amzn.to/3PiBtFO Em um período difícil, no qual as pessoas tiveram que lidar com a solidão, doenças e mortes, o livro escrito pela Monja Coen serviu como bálsamo para acalmar os corações e mentes – e pode ser lido até nos dias atuais, pois nunca estamos completamente imunes a passar por uma próxima pandemia e a doença permanece causando impactos para a saúde da população.  Compartilhando suas primeiras experiências com o zen e a meditação, Monja Coen é certeira em falar sobre a importância da paz e da cura e da preocupação com o bem-estar coletivo, dando como exemplo as orientaçõe

Resenha: Oficina de Escritores – Stephen Koch

Neste fim de semana terminei de reler o livro Oficina de Escritores: Um manual para a arte da ficção, do escritor e professor de escrita criativa Stephen Koch, com tradução de Marcelo Dias Almada, publicado em 2008, pela WMF Martins Fontes. Dos livros que eu já li voltados para quem deseja aprender mais sobre a escrita de ficção, este é um dos meus favoritos.

Capa do livro Oficina de Escritores, do Stephen Koch

Dividido em 8 capítulos, Stephen Koch compartilha com o leitor sua experiência como ministrante de oficina de redação criativa durante mais de 20 anos, além de complementar o texto com conselhos e depoimentos de escritores publicados em entrevistas e livros sobre a escrita literária, nas quais eles contaram um pouco do processo de criação literária.

O primeiro capítulo aborda o começo – esta que é talvez uma das mais partes difíceis na hora de escrever. Stephen Koch recomenda que o escritor inicie com algo que estimule sua imaginação, como uma imagem, uma fantasia, uma lembrança. Segundo o autor do livro, para que uma história seja revelada, antes é preciso que ela seja contada, um processo que vai acontecendo gradualmente, por isto é tão importante terminar a primeira versão para compreender melhor sobre o que se deseja narrar ao leitor, de forma clara e envolvente.

“O trabalho consiste somente em colocar um pouco disso, ou tudo, em palavras capazes de alcançar e tocar um desconhecido, que você não vê, chamado leitor”.

Stephen Koch comenta sobre a importância de escrever sobre aquilo que se conhece, um dos conselhos mais transmitidos durante os cursos de escrita de ficção. O autor dá dicas sobre como encontrar a história, como inventar, como ter um diário de escrita pode ajudar e como começar. A resposta é bem óbvia, embora escritores novatos procurem investigar os processos de criação de seus autores favoritos. O principal jeito de contar uma história é começando a escrevê-la.

No segundo capítulo do livro é comentada a vida de escritor. Stephen Koch explica a diferença entre o talento literário e a vocação do escritor. O talento seria a habilidade do escritor de lidar com as palavras, organizar as ideias e fixar nas páginas as ideias, enquanto a vocação estaria relacionada à durabilidade, persistência. Em seguida, Koch descreve quatro disciplinas primordiais aos escritores: imaginação, observação, leitura e escrita. Outros pontos discutidos são a necessidade de escrever diariamente e do escritor ter dois empregos (que não atrapalhe o ofício da escrita de ficção), suas dificuldades e sacrifícios.

Uma das principais dúvidas do escritor iniciante é argumentada no terceiro capítulo, a de como dar forma à história. Apesar de ser difícil lidar com a página em branco, Stephen Koch explica que é natural a narrativa surgir desta ausência de palavras, pois é algo que o escritor vai desenterrando, como afirma um dos trechos do livro On Writing, do Stephen King. De forma breve, o autor comenta as diferenças de História, Estrutura e Enredo, aponta a importância do conflito, da história girar ao redor do protagonista, do drama e da implausibilidade.

“A busca de uma história consiste em persuadir – com calma, vagar, cuidado e tenteios – uma série de coisas ocultas a se tornarem visíveis. Essas coisas podem ser personagens, lugares, situações, cenas, esperanças, temores – as possibilidades insuspeitas do drama que espreita sob tudo o que conhecemos”.

Dando continuidade a questão das personagens, o quarto capítulo do livro é dedicado à arte de dar vida a eles. Stephen Koch descreve a finalidade da ação, a escolha do ponto de vista, os personagens planos e redondos, a importância de conhecer bem os personagens, de ter uma voz definida para cada um deles, do diálogo e da simpatia entre autor e personagem.

O estilo é discutido no quinto capítulo. Segundo Stephen Koch, o estilo é a linguagem do autor e o modo como ele a usa, indo além dos floreios da escrita. O relacionamento entre as invenções do escritor, o autor e o leitor, o texto e os seus fragmentos linguísticos compõem o estilo. Assim como é importante que os personagens tenham voz, o autor fala sobre a voz do autor, os diferentes estilos e a clareza.

Para quem se interessa pela influência da história na escrita de ficção e não ficção, o sexto capítulo discute esta relação entre as memórias, elementos autobiográficos, os fatos, a verdade e a ficção. Assim como a imaginação é uma ferramenta importante para o escritor, Stephen relata a importância da memória tanto para a ficção quanto para a biografia. De maneira concisa ele também compartilha os relatos de um escritor que também é historiador, apontando a diferença do método de narrativa.

“A memória, somente ela, é capaz de nos contar como as coisas foram sentidas, que aparência, que cheiro, que som elas tinham”.

As primeiras versões do manuscrito e as técnicas de revisão são citadas no sétimo capítulo. Para Stephen Koch, o livro é o melhor professor do escritor, já que à medida que ele vai se escrevendo, é possível entender melhor o próprio projeto. Apesar de ser um processo trabalhoso e pouco valorizado pelos escritores iniciantes, Koch recomenda que a primeira versão não seja a final, devendo-se a partir dela reescrever uma versão mais precisa e organizada, pois de acordo com o autor, só é possível entender uma história após contar o seu final.

Ainda sobre este capítulo voltado para a reescrita e revisão, assuntos que muitos autores iniciantes têm dúvidas, Koch descreve algumas regras de revisão (estrutura, enredo, desenvolvimento, clareza).
Como saber quando o livro está pronto? O último capítulo conclui sobre as versões finais. Somente após a escrita e reescrita, o autor recomenda que o escritor prepare a versão que será publicada. Stephen Koch recomenda no mínimo 3 versões, sendo a primeira a mais crua, a segunda de desenvolvimento e a última para corte dos excessos. Após a conclusão do texto, ele fala sobre as diferenças da crítica literária e do aconselhamento editorial, além de exemplificar os tipos de leituras de manuscrito que podem ser sugeridos para saber as opiniões de leitores antes da publicação do livro, para fazer os ajustes finais.

Ao final, o autor discute alguns dos textos e livros sobre a arte da ficção utilizados como referência, separando estas recomendações bibliográficas por categorias, como “Escritores falando sobre a arte de escrever” e “Editoras e editores”. Outro ponto interessante é o índice remissivo, ideal para quem deseja consultar o livro de acordo com os autores referenciados ou palavras-chave.

Apesar de o título do livro Oficina de Escritores soar um tanto técnico, Stephen Koch não fornece fórmulas prontas e sim ajuda o autor iniciante por meio de sua própria bagagem como professor de escrita literária, escritor e leitor. Longe de trazer uma visão pessimista e crítica sobre a arte da ficção, a obra é revigorante e além de possibilitar a reflexão sobre a criação literária, ela ajuda na aquisição de confiança e inspiração para escrever.

Sobre o autor – Stephen Koch ensinou durante vinte e um anos a arte da ficção a alunos de pós-graduação na School of Arts da Columbia University e, durante sete anos, a alunos da graduação da Princeton University, no Programa de Redação Criativa. É autor de dois romances entusiasticamente aclamados e também de várias obras de não-ficção. Vive em Nova Iorque com a mulher e a filha.

Comentários

  1. Respostas
    1. Muito bom, né? Gostei muito das referências. Estou ansioso pela versão traduzida de On Writing (Stephen King) e também me interessei pelas outras obras usadas como referência no livro.
      Abraços

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  2. Onde posso comprar esse livro amigo?

    http://eaijl.blogspot.com.br/

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    1. Felipe, o Oficina de Escritores pode ser encontrado no Submarino, Saraiva... Comprei o meu na loja física da Saraiva. Livros sobre escrita costumam ser um pouco mais caros do que obras de ficção, já que o número de impressão é menor e pelo conteúdo, mas vale a pena.
      Abraços

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  3. Boa noite, este livro sumiu será que alguém poderia digitalizar e me enviar. cesarfreeman007@hotmail.com

    Att,

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  4. Sumiu o Livro, por gentileza, peço encarecidamente, me ajudem com esse material! Se alguém tem Digitalizado, me envia no e-mail; livrosdoval@gmail.com

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  5. Se alguem tiver o material digitalizado me manda no email por favor lcardosomoreira2013@gmail.com

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