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Destaques

Para onde vão todas coisas que não dissemos?

Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas que não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em...

Novidade: Anelisa Sangrava Flores, livro de contos do autor Anderson Henrique

Para quem gosta de livros novos e literatura nacional, conheci hoje Anelisa Sangrava Flores, do escritor Anderson Henrique, 124 páginas, publicado em julho de 2014, pela Editora Penalux. Em breve deve rolar uma resenha do livro aqui para o Blog do Ben Oliveira. Confira abaixo as informações do release enviado pelo autor:

Neste livro de estreia de Anderson Henrique, o razoável e o absurdo são separados por uma membrana muito sutil em 13 contos que reforçam os méritos da boa literatura fantástica. Em seu universo particular, premissas físicas, temporais e lógicas são subjugadas por tramas e personagens tão improváveis quanto verdadeiros. Transbordam pelos caminhos do contrassenso, mas o fazem indagando ações e sentimentos humanos, interpondo-se sobre o que temos como real em um convite a reflexões multíplices.

“Eduardo provou a comida, mas seu paladar se tornara insípido após ter levado à boca o melhor dos temperos. Tinha fome, mas não de comida. Era uma fome insubstancial, que mais se assemelhava a sede e a abafação. Era a privação não do alimento, mas de todos os componentes que tornam a vida possível. Ele tinha em si a fome do outro.” – Trecho do conto “Uma noite, uma década”.

Em contos como Uma noite, uma década, as barreiras do tempo são distorcidas e recriadas sempre que um casal se relaciona intimamente. Em A previsão de José Pasqual acompanhamos as últimas horas da única pessoa ciente das circunstâncias do fim dos tempos; Em Estela e Anelisa Sangrava Flores, são as mulheres as responsáveis por moldar e alterar a realidade – a primeira transmuta a si própria, a segunda tem em seu sangue a força transformadora. Em Carolina, Scarlet, Jordana, os sonhos servem de material para as peripécias do autor

“Bárbara pintava nua. Despia-se da roupa, das preocupações, do aluguel atrasado, e pintava o tempo que fosse necessário para finalizar sua arte. Antes de começar, colocava algumas substâncias em uma pequena vasilha, aquecia no fogo e inalava a fumaça. Imaginei que misturasse tinturas e colorações. O ritual a transportava, em transe, a seu mundo artístico. Terminado o trabalho, recuperava o roupão do chão, vestia-se, e ainda inebriada, seguia em direção à varanda. Acendia um cigarro e ficava observando o movimento da rua.” – Trecho do conto “Quadro meu, moldura sua”.

Seria apropriado enquadrar o livro de Anderson Henrique nas concepções do realismo fantástico latino-americano, mas a boa literatura escapa dos limites de tais classificações. Neste livro de estreia, o autor desponta como criador de um realismo mágico próprio, repleto peculiaridades e alegorias que insistem em fazer verdade o que parece tão afastado dela.

O livro pode ser comprado no site da Editora Penalux e também está disponível na Amazon (eBook).


Sobre o autor – Anderson Henrique nasceu no Rio de Janeiro, Capital, em 1982. É formado em Letras - Literaturas de Língua Portuguesa. Alguns de seus textos foram premiados em concursos literários nacionais. Publicou nos livros Dramas Urbanos, pela editora Monte Castelo, Dimensões.br pela editora Andross, Grimoire dos Vampiros e Ufo - Contos não identificados pela editora Literata. Anelisa Sangrava Flores é seu primeiro livro solo. Para mais informações, conheça o blog do autor: http://anelisasangravaflores.blogspot.com.br.

E aí, o que acharam? Já estou ansioso para começar a ler! Abraços.

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