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Destaques

Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Crônica: Amor em Aquarela

O céu, como um papel para aquarela, se pintava de laranja e amarelo, com um toque da brisa que beijava suas peles. Estava prestes a escurecer e o sol dava o seu último show. A beleza do mar se contrastava com as dunas e as plantas que cresciam pela areia. Cinco minutos ou uma vida toda, não sabia dizer quanto tempo passou; Era como observar uma obra de arte e se deixar levar pelas sensações, até que tudo ao seu redor desaparecesse – as horas, as preocupações e as perguntas sem respostas. Naquele momento, tudo parecia certo, certo suficiente para que seus corpos descansassem em um abraço e os sons de suas respirações se alinhassem com as ondas.

Amor em Aquarela Imagem

Vinte e quatro horas juntos. Vinte e quatro horas sem pensar nas contas, sem escutar o som da reforma ao lado, sem se deixar incomodar pelo cachorro do vizinho que latia para qualquer sombra ou sem pensar na infinita pilha de louças e poeiras que se acumulava pela casa. Aquela imagem gravada em suas mentes era o melhor suvenir que poderiam levar da viagem. Os dias passariam, mas a pintura continuaria com eles, refletindo a magia ainda viva que queimava seus corações.

Naquele lugar, eles estavam sozinhos e, ao mesmo tempo, estavam conectados com o universo. Coisas boas acontecem quando nos permitimos desacelerar. Sem pensar no antes ou no depois, ali, no meio de sua praia particular, deixaram suas marcas na areia e não se importavam com o vento que logo fariam desaparecê-las ou com a maré que logo cobriria suas pegadas, tudo o que importava era o agora. Estavam juntos e aquilo era mais do que suficiente.

Suspirou. Agradeceu aos céus pela exposição de arte viva. De todos os quilômetros, de todos os lugares que percorreram, aquele era especial. Não precisaram de palavras para compartilhar o que estavam sentindo, seus olhos enxergavam pelas mesmas lentes. Tudo fazia sentido. Seus braços se encontravam e se relutavam em soltar. Não se importavam se nunca mais saíssem dali, daquele lugar sem sinal para fazer ligações ou se conectar com a internet, tinham ali toda a conexão que precisavam. Aquela era a ilha, que um dia se prometeram mudar, o seu pequeno paraíso, onde poderiam respingar tintas e contar histórias lado a lado, como as coisas deveriam ser.

Precisavam partir. Assim como as areias se levantavam e eram arrastadas, eles seguiriam em frente. Fragmentos por fragmentos; A troca era mais do que justa. Carregaram as areias para dentro do carro com seus pés, mas as verdadeiras lembranças permaneciam suspensas no ar. O céu se pintou de azul escuro, mas dentro deles a luz ainda brilhava.

Depois dos rabiscos e pinturas, dos beijos e abraços, de tocarem e serem tocados pelo cenário, estavam prontos para voltar para casa.

Comentários

  1. Lindo isso. Há horas que temos mesmo que parar, recarregar energias e voltar.

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    Respostas
    1. Oi, Artur!
      Muito obrigado pela leitura.
      Recarregar as energias é fundamental.
      Gratidão!

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