Os brasileiros estão entre os que mais usam as
mídias sociais como
fonte de notícias, segundo informações de uma pesquisa realizada pelo
Reuters Institute Digital News Report de 2016. Com
72% de consumo de notícias no Brasil através das redes sociais, principalmente por meio do
Facebook, o país só ficou atrás da Grécia (74%) e Turquia (73%). Os três países estão bem acima da média de 51% do total de 26 países. A pesquisa sobre notícias digitais do Instituto Reuters explorou os
novos hábito online de mais de 50 mil pessoas de
26 países e foi conduzida entre os meses de janeiro e fevereiro de 2016.’
De acordo com os pesquisadores, com base nos dados coletados durante cinco anos, existe um
padrão de consumo de notícias pelo mundo: na maioria dos países, as notícias televisivas e notícias online estão entre as principais fontes de notícias, enquanto há um aumento gradual do uso das mídias sociais e um
declínio significativo dos jornais impressos.
Redes sociais como fonte de descoberta e compartilhamento de notícias
A pesquisa traz informações importantes, principalmente para veículos de comunicação, editores, empresas e jornalistas que ainda não se deram conta da força das redes sociais e transformações. Do total de 50 mil pessoas entrevistadas, 51% usam as redes sociais como fonte de notícias semanalmente e cerca de 12% usam como principal fonte. Dos 26 países, o Brasil é o com maior crescimento do uso de redes sociais como fonte de notícias.
Entre as mídias sociais, o Facebook se destaca como a mais importante usada pelos entrevistados para encontrar, ler, assistir e compartilhar notícias. Nos 26 países, as 7 mídias sociais mais usadas como fonte de notícias são o Facebook (44%), Youtube (19%), Twitter (10%), WhatsApp (8%), Google Plus (5%), Instagram (3%) e LinkedIn (3%).
As redes sociais não são importantes somente para que as pessoas descubram notícias. Para os pesquisadores, essas ferramentas digitais também encorajam a discussão e compartilhamento de notícias.
“Cerca de um quarto de usuários de notícias da internet (24%) compartilha notícias através das mídias sociais por semana; São pessoas que tendem a ser apaixonadas por assuntos como política, negócios, tecnologia ou meio ambiente”, afirmam os pesquisadores.
Transformações da mídia no Brasil
No Brasil, o
Facebook tem um alcance bem maior como fonte de notícias (70%), seguido pelo Youtube (38%), WhatsApp (37%), Twitter (15%) e Instagram (14%). De acordo com o jornalista Rodrigo Carro, mesmo os principais portais de notícias como o G1 e o UOL, com audiências mensais de 30 milhões de visitantes em 2015, não são páreos para o Facebook em alcance (mais de 83 milhões usuários brasileiros).
Enquanto a mídia impressa está encolhendo no Brasil e milhares de jornalistas perderam o emprego desde 2015, houve um aumento do consumo de notícias online. Segundo a pesquisa, enquanto muitos países de predominância da língua inglesa estão enfrentando dificuldades por causa da relutância de pagar por notícias online, cerca de
22% dos brasileiros urbanos* pagaram por conteúdo online no ano passado – o país ficou em 3º lugar dos 26 países, mas se formos levar em conta que a amostra foi bem específica, o número real pode ser bem menor.
*Os dados da pesquisa representam uma amostra do Brasil urbano (representando os usuários mais conectados e mais ricos).
Além da preocupação com a falta de interesse pelas paywalls pelos jornais online do mundo, os bloqueadores de anúncios estão entre os problemas enfrentados, já que a
publicidade digital é uma das principais fontes de financiamento dos jornais online. No Brasil, de acordo com a pesquisa o número não é tão preocupante: 21% da amostra usam ad blockers, 19º lugar no total de 26.
Ainda de acordo com a pesquisa, houve um aumento do uso de smartphones, de 23% em 2013 para 63% em 2016 e uma queda do uso de computadores de 83% em 2013 para 68% em 2016. Já em relação ao uso de tablets não houve uma mudança significativa com o passar dos anos.
Confira quais são os 16 jornais online mais usados semanalmente pelos brasileiros para ler notícias:
Globo News Online (incluindo G1) – 51%
UOL Online – 49%
O Globo Online – 40%
Yahoo News – 32%
Record News (incluindo R7) – 31%
Folha de São Paulo – 29%
Terra – 27%
MSN News – 27%
BandNews – 27%
Jornal do SBT – 26%
Jornais locais ou regionais – 20%
O Estado de São Paulo – 20%
CNN Online – 16%
iG Online – 14%
RedeTV News – 13%
BBC News – 13%
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