Pular para o conteúdo principal

Destaques

Escrita além dos benefícios

Escrevia para não ter que ficar engolindo sempre as emoções. Escrevia para processar os pensamentos e as emoções. Escrevia para entrar em contato com sua voz interior. Escrevia. Muitas vezes, era somente quando estava escrevendo que se dava conta melhor das coisas que estavam acontecendo. Escrevia, pois era humano, e sabia que deveria encarar suas fragilidades. Escrevia para encontrar momentos de paz ao longo da semana. Escrever tinha muitos benefícios, mas ainda que não tivessem, continuaria a escrever, era mais forte do que ele. Escrevia pelo prazer de escrever e também para que outros pudessem ler e se identificarem de alguma forma ou outra. O que faria sem a escrita? Não fazia ideia. Era tão parte dele quanto qualquer traço de personalidade que não conseguia mudar. Escrever se tornara parte da sua vida há tanto tempo que poderia abrir mão de outras coisas, mas não abriria da escrita. É sempre encarando a página em branco que as coisas começam a ganhar sentido. Sempre uma palavra pu...

Meu livro favorito publicado pela DarkSide Books #DarkCrush

Escolher um só livro da DarkSide Books não é fácil! Para participar da ação #DarkCrush, o desafio da editora para os parceiros e leitores falassem sobre um dos seus livros favoritos publicados pela caveirinha. Escolhi falar sobre A Menina Submersa (The Drowning Girl), da autora Caitlín R. Kiernan. Dizem que as primeiras vezes são as mais difíceis de esquecer. Embora nem sempre a máxima seja verdadeira, com esta edição da obra de ficção de capa dura, com a imagem de uma libélula, detalhes texturizados e páginas rosas nas laterais, mesmo antes de ler o livro, fui fisgado pelo projeto gráfico.


Apesar das ilustrações lindas e de todo o cuidado com a diagramação, o que mais me encantou no livro não foi só a parte gráfica, mas o que para mim é a parte principal na hora de selecionar uma leitura, o romance.

“É diferente dos livros que eu já tinha lido antes”, disse a pessoa que me recomendou o livro. Então, quando fui à livraria e encontrei A Menina Submersa na promoção, não pensei duas vezes e acabei levando para casa. Foi o primeiro livro da editora DarkSide Books que eu comprei.

Quando comecei a ler, fui surpreendido desde o primeiro parágrafo. A protagonista e narradora do romance é uma jovem que tenta escrever suas histórias. Desde o início somos levados a conhecer mais sobre India Morgan Phelps – ou Imp, como ela é prefere ser chamada. A personagem revela que sua mãe e a avó eram loucas.

“Vou escrever uma história de fantasmas agora”, ela datilografou.“Uma história de fantasmas com uma sereia e um lobo”, datilografou mais uma vez.

Daí em diante foi difícil não ficar curioso para saber mais sobre a história dela. Quem seria A Menina Submersa? Que história é essa que a narrador quer nos contar?


Entre tantas idas e vindas na narrativa, alguns leitores acabam se perdendo. A confusão é proposital.  A narradora é esquizofrênica e as digressões se tornam parte de sua linguagem – feito que nem todo escritor conseguiria traduzir no universo literário. A autora também faz uma ponte com o universo da arte. Em alguns momentos não sabemos se as obras citadas são ficção ou se realmente existem.

Quanto mais peças se encaixavam, mais vontade eu senti de continuar devorando A Menina Submersa. Não só foi um dos meus livros favoritos publicados pela DarkSide Books, dos mais de 100 livros que li em 2015, foi um dos que mais me impressionou.

Alguns leitores, como eu, têm o hábito de marcarem seus trechos favoritos. Meu exemplar de A Menina Submersa ficou cheia de marcações de passagens. Lembro da dificuldade de selecionar só alguns trechos do livro na hora de escrever a resenha.

Para quem é escritor, difícil é não se identificar com a luta da personagem com as palavras. Algumas pessoas não têm ideia de como o processo de criação literária pode ser intenso, solitário e, muitas vezes, enlouquecedor. Logo, não é tão difícil simpatizar com Imp e sua tentativa de costurar as memórias, pensamentos e narrativas e criar algo que faça sentido.

"Queria ser escritora, escritora de verdade, pois, se eu fosse, imagino que não estaria fazendo essa confusão tão feia com está história. Me perdendo, tropeçando nos meus pés." Caitlin R. Kiernan

Uma história sobre inícios, meio e fim, sobre fantasmas, sereias e lobos, sobre como nossas existências são frágeis e algumas memórias são assombradoras.


Quer saber mais sobre o livro? Leia a resenha do livro A Menina Submersa!

De tantos livros bons publicados pela DarkSide Books, o livro A Menina Submersa continua sendo meu #DarkCrush.


E você, qual é o seu livro favorito publicado pela editora DarkSide Books? Comente abaixo!
***

Mais lidas da semana