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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Resenha: O Maravilhoso Bistrô Francês – Nina George

Quantas vezes é possível recomeçar ao longo da vida? No livro O Maravilhoso Bistrô Francês, da escritora Nina George, somos introduzidos na vida de Marianne, uma mulher que está passando por uma crise e tenta se jogar nas águas do Rio Sena, em Paris. Quanto mais conhecemos sua história de vida, mais empatia temos pela protagonista. A frustração faz parte da experiência humana e todos nós queremos a felicidade, mas existem períodos em que parece que fizemos as escolhas erradas ou nos deixamos levar para um caminho sem volta.


O romance nos faz refletir sobre as escolhas que as mulheres fazem e como muitas deixam de lado sua própria alegria por causa de convenções, como o casamento e abrir mão de uma escolha profissional. Aos 60 anos, Marianne se dá conta de que não é feliz há um bom tempo e que deseja morrer.

“As pessoas não mudam nunca! Nós nos esquecemos de nós mesmos. E, quando nos redescobrimos, pensamos que mudamos. Mas isso não é verdade. Não se podem mudar os sonhos, apenas matá-los. E alguns de nós somos assassinos muito bem-sucedidos” – Nina George, O Maravilhoso Bistrô Francês

Da tentativa frustrada, Marianne acaba fugindo da vida antiga e do marido e vai para a Bretanha. Os pequenos detalhes vão movimentando a narrativa, como as percepções de quando estamos presentes e como as memórias. A protagonista se vê confrontada com várias ideias: deveria tentar se matar de novo, voltar para o marido ou recomeçar?

Narrado em terceira pessoa, o romance se foca mais em Marianne, mas também conhecemos outros personagens tão interessantes quanto ela, como os artistas Pascale e Yann. O cenário da história tem uma aura de nostalgia e de desaceleração em relação ao mundo moderno, mas ao mesmo tempo, a protagonista se conscientiza ao desenrolar da trama o quanto ela perdeu durante todos os anos de um casamento infeliz. Então, mesmo nesta região tão conservadora, alguns dos personagens despertam para outras possibilidades.

“E o que é a arte, Yann Gamé? A arte é um músculo que a gente exercita. Tanto faz se ela pinta azulejos, se monta homenzinhos estranhos ou se encadeia fileiras de palavras. A arte é, Yann. [...] O que lhe falta é amor. Lembra-se do amor? Esse sentimento que faz as pessoas cometerem tolices ou se transformarem em heróis? Nenhuma arte neste mundo vai amá-lo, Yann. Você bota tudo que tem na arte, mas ela não lhe dá nada em troca” – Nina George, O Maravilhoso Bistrô Francês

Alguns leitores podem reduzir a história somente às histórias de amor, mas o romance trata com delicadeza sobre tantos assuntos, como a relação que construímos com a vida e o tempo, a comida, os sonhos, a arte e os pequenos prazeres. 

Em uma jornada de autodescoberta, ao se perder, Marianne reencontra uma parte dela. O livro proporciona ótimas reflexões sobre casamentos infelizes, como acontece quando uma pessoa se doa demais para a outra ou como algumas mulheres se sacrificam pelos maridos na esperança de que eles vão tratá-las melhor um dia. A protagonista relembra sua história de vida e se dá conta de que essa postergação pela própria felicidade e a pressão das convenções sociais fazem com que muitas mulheres esqueçam de si mesmas, desde a adolescência até a velhice.

“Toda mulher é sacerdotisa [...] As grandes religiões e seus pastores atribuíram um lugar à mulher ao qual ela não pertence. Relegadas à segunda classe. A deusa se transformou em Deus; as sacerdotisas, em putas; e as mulheres que não quiseram se curvar, em bruxas. E as habilidades especiais de cada mulher, a intuição, a inteligência, o poder de cura, a sensibilidade, foram e são diminuídas” – Nina George, O Maravilhoso Bistrô Francês

O Maravilhoso Bistrô Francês tem uma linguagem sensível e poética, assim como A Livraria Mágica de Paris. Com uma dose de romance, drama e um leve erotismo, Nina George nos lembra de como o amor próprio, a autoestima e a paixão podem transformar a vida de uma pessoa e como nunca é tarde para recomeçar.

Sobre a autora – Nina George nasceu em 1973, é jornalista e autora de vários best-sellers traduzidos para 35 idiomas. A Livraria Mágica de Paris, lançado no Brasil pela Editora Record, é um fenômeno de vendas ao redor do mundo. Ela é casada com o escritor Jens Jo Kramer e mora em Berlim e na Bretanha.

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad.

Comentários

  1. O enredo lembra demais Bagdad Café, que certamente deve ter inspirado a autora....

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  2. Respostas
    1. Oi, Mari!
      Fico feliz que tenha gostado. O Maravilhoso Bistrô Francês foi uma leitura tão prazerosa quanto A Livraria Mágica de Paris. Já estou com vontade de ler mais livros da Nina George.
      Abraços

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