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Destaques

Dois meses sem fumar cigarro

Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início. Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram. Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro. Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desi...

Follow Me: Documentário sobre o Instagram e influenciadores digitais vai de Dubai aos Estados Unidos

Focado em entender um pouco do boom do Instagram, o mundo dos influenciadores digitais e como ele próprio pode conquistar seguidores, o diretor e roteirista franco-argelino Asri Bendacha produziu o documentário Follow Me. Para quem assina a Netflix Brasil, o último dia para assistir ao filme na plataforma de streaming é 15 de maio de 2021.

Muitos documentários disponíveis na Netflix costumam ser bastante criticados pelo público. Com Follow Me não é tão diferente e com razão. Com um humor forçado, os comportamentos de Asri Bendacha para chamar a atenção se assemelham aos de muita gente no mundo digital tentando conquistar popularidade, como ficar pedindo para pessoas aleatórias: “Me siga no Instagram”, sem se preocupar com o conteúdo e focar só nos números.

Com a ilusão do dinheiro fácil, após ler uma reportagem sobre pessoas receberem milhares de dólares por uma foto no Instagram, ele que se diz quebrado financeiramente parte à procura de conseguir o máximo de seguidores possíveis e compreender a dinâmica desse mercado. Embora esteja repleto de obviedades sobre o mundo das redes sociais, alguns pontos levam à reflexão sobre esse universo caótico e, por vezes, ilusório.

Se podemos creditar às redes sociais elementos positivos, como a possibilidade de pessoas de diferentes países conhecerem um pouco das diversas realidades – fora do olhar da mídia tradicional, muitas vezes, mais focada nas questões negativas porque gera mais audiência –, o documentário também lembra outros pontos, como a transparência dos influenciadores e das empresas anunciantes, o uso e venda de dados pessoais, a compra de seguidores reais ou falsos para inflar os números e aumentar a interação e a atenção que as redes sociais devem ter já que crianças têm instalado e usado os aplicativos.

Morador de Dubai há anos, sua produção independente de documentário da cidade Emirados Árabes Unidos foi a primeira a chegar do local a chegar à plataforma de streaming da Netflix. Ele chega a entrevistar algumas pessoas de lá, mostrando inclusive como o Instagram foi usado para incentivar o turismo da região.

Seu segundo documentário seria sobre bitcoin e criptomoedas, mas até o momento não foi lançado. No site do Indiegogo, o projeto contou só com 11 apoiadores.

Para quem se pergunta se o documentário o ajudou a ganhar seguidores e bater sua meta, no momento ele conta com mais de 15 mil seguidores no Instagram. Quando bati o olho no perfil e vi uma foto com uma camiseta “Corona: Spread the fear. Made in media”, não sabia se era ironia ou não, até vê-lo respondendo os comentários. 

O próprio documentário de Asri Bendacha serve como uma autocrítica das coisas que as pessoas fazem por dinheiro e atenção. Afinal, longe de ser uma tentativa da mídia de colocar o medo nos outros: se com tantos avisos sobre os riscos da pandemia, tantas mortes aconteceram pelo mundo, imagina se a população tivesse ficado no escuro e espalhado ainda mais o vírus?

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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