Pular para o conteúdo principal

Destaques

Suspensão do X (antigo Twitter): Bluesky se torna refúgio para milhões de brasileiros

Com a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil , duas redes sociais serviram de refúgio para os usuários brasileiros: a Thrends e a Bluesky , sendo que a última está se destacando e entre os aplicativos mais baixados por ter um formato mais parecido com o antigo Twitter. Jornais, jornalistas, artistas, escritores, leitores, produtores de conteúdo, páginas de fofocas e cultura e contas de fãs de artistas (fandom) estão entre os que se inscreveram na Bluesky, ajudando a diminuir a abstinência deixado pelo X e a sensação de deserto de informações, já que a plataforma não era usada só para questões políticas e entretenimento, mas também para consumir conteúdos jornalísticos e informações em tempo real. Enquanto alguns estão desanimados e com preguiça de recomeçar, tentado encontrar os seguidores em comum que tinham no X, há quem esteja animado com a possível atualização, na qual estariam disponíveis o uso de vídeos e os assuntos do momento – curiosamente, há quem esteja contente sem a o

Jeffrey Epstein: Minissérie documental da Netflix recorda caso de bilionário envolvido em pirâmide sexual

Quantos crimes pode uma pessoa cometer ao longo da vida e ficar impune? Se você for rico e influente, aparentemente, muitos. A minissérie documental Jeffrey Epstein: Filthy Rich (Jeffrey Epstein: Poder e Perversão), dirigida por Lisa Bryant, conta com produção executiva de James Patterson, coautor junto com John Connolly e Tim Malloy de um livro sobre o caso (sem edição traduzida para o Brasil). A série distribuída pela Netflix, em 2020, ganhou o prêmio Critics' Choice Real TV Awards na categoria Crime/Justice Show.  

Enquanto assistia ao documentário sobre Jeffrey Epstein, me perguntava o que era mais chocante: se a história deste homem que era uma fraude, manipulava os outros e tinha um esquema de pirâmide sexual de mulheres e adolescentes, ou de como tudo isso aconteceu durante anos, até ele finalmente ser levado à justiça. Além disso, as vítimas que sobreviveram aos abusos revelaram o envolvimento de mais pessoas, que até hoje continuam impunes.

Embora os Estados Unidos tenha um terreno fértil para teorias da conspiração, especialmente quando se tratam de pessoas famosas e inúmeros casos são abafados, as evidências não mentem e pelas entrevistas das vítimas dá para perceber o quanto elas foram afetadas pelos comportamentos abusivos do Jeffrey Epstein. O mais revoltante no caso criminal talvez seja ver como o dinheiro manipulou o julgamento: uma das vezes em que ele foi preso, parecia que ele estava em um hotel – enquanto pessoas que cometeram crimes relativamente mais leves acabam passando anos na prisão.

A natureza por si só dos crimes cometidos por Jeffrey Epstein já é escandalosa. Se você juntar com as maneiras que ele tentou atrapalhar as investigações e silenciar as vítimas, bem como comprar sua liberdade, vai entender um pouco sobre tantas críticas ao modo que policiais, advogados e juízes tratam pessoas menos favorecidas nos Estados Unidos.

Seja pelas fotos das vítimas encontradas ou pelo esquema de pirâmide, no qual uma garota ou mulher costuma chamar outras para encontrá-lo em troca de dinheiro, mesmo que quisesse, a minissérie documental não daria conta de contar as histórias de todas vítimas; sem mencionar que o assunto é traumático e além de algumas pessoas se culparem, também há o medo de ser atacado pelos outros. 

Segundo o documentário, a coragem de quebrar o silêncio ficou maior com o movimento Me Too. O que antes não atraía tanta atenção, muitas pessoas continuaram se encontraram com Jeffrey Epstein como se ele não tivesse feito nada demais, começou a atrair maior atenção da mídia e com o desenrolar do caso, algumas vítimas relataram o alívio de serem ouvidas com respeito e empatia.

Para quem não acompanhou as notícias sobre o caso, a minissérie documental é chocante e agoniante, fazendo o telespectador se questionar se Jeffrey Epstein conseguiria se safar mais uma vez, usando seu dinheiro e contatos.

Com uma nova investigação, encontraram outras vítimas e a sorte de Epstein parece ter chegado ao fim. Como todo o desenrolar do caso polêmico, sua morte também foi: há quem não acredite que ele tenha cometido suicídio e alguém tenha o assassinado para não revelar mais envolvidos no esquema de tráfico humano, prostituição e pirâmide sexual.

Ex-namorada do pedófilo e predador sexual Jeffrey Epstein, a socialite franco-britânica Ghislaine Maxwell alega inocência, embora as vítimas tenham reconhecido ela e comentado como ela havia presenciado vários casos. 

Presa e aguardando o julgamento (previsto para julho de 2021) pelas alegações do seu papel em recrutar garotas com menos de 18 anos de idade, como ainda há muito a acontecer, a minissérie não dá muito foco aos dias atuais dela: que supostamente tem medo de morrer na prisão como Jeffrey Epstein e já teve o quarto pedido de fiança negado.

Um dos advogados das sobreviventes temia que Ghislaine Maxwell conseguisse a mesma façanha que Jeffrey Epstein tinha feito.

A minissérie documental Jeffrey Epstein: Filthy Rich (Jeffrey Epstein: Poder e Perversão) provoca um suspiro: às vezes, a justiça se cumpre, mas também nos lembra de como casos assim podem levar tempo e prolongar o sofrimento das vítimas, até que o culpado seja condenado de forma justa. Muitas pessoas podem pensar que a morte de Jeffrey Epstein tenha sido um alívio para as vítimas, que agora podem ficar sem medo de serem intimidadas, mas foi também uma forma de manter em segredo os crimes que não tinham sido descobertos.

A primeira coisa que veio à minha mente após assistir à série documental foi o caso da Allison Mack, envolvida com a seita sexual NXIVM, cujo líder era Keith Raniere. A atriz germano-americana ainda aguarda o julgamento, enquanto Raniere foi condenado a 120 anos de prisão. É impossível não pensar em como há mãos invisíveis protegendo os envolvidos nesses esquemas e quantos mais casos desses são abafados nos Estados Unidos.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.


Comentários

Mais lidas da semana