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Britney vs Spears: Documentário da Netflix aborda caso da Tutela da cantora, mas traz poucas curiosidades
O novo documentário da Netflix sobre a tutela de Britney Spears promete muito mais do que entrega e talvez tenha perdido o timing de seu lançamento, já que muitas das informações já são de conhecimento público. Britney vs Spears narra diferentes períodos da vida da cantora, mas também deixa muitas informações de lado, como o polêmico meltdown, e passa mais um olhar de fã, já que a jornalista Jenny Eliscu e a diretora Erin Lee Carr não escondem sua afeição e até viés quando se trata do assunto.
Para quem está esperando algo que ainda não tenha saído na mídia, há poucas curiosidades, mas que são instigantes, como tentativa anterior de Britney Spears de conseguir um advogado e se livrar da tutela, muitos anos antes do escândalo explodir na mídia.
Dizem que toda história tem vários ângulos e com o caso de Britney Spears não é diferente. Infelizmente, de certa forma, o documentário deixou outras perspectivas de lado que, provavelmente, não colaborariam.
Após a tutela, a vida de Britney mudou bastante, mas se formos analisar alguns contratos e comportamentos de estrelas de diferentes partes do mundo, há alguns elementos em comum, como essa tentativa constante de monitorar seus passos, com quem se envolvem amorosamente ou não, com quem criam laços de amizade, aparições públicas e tantas outras: um sistema tão restritivo que muitos abandonam a carreira por causa da pressão, da saúde mental e da saudade de viver uma vida normal.
Há coisas que os fãs e curiosos só saberão sobre a vida de Britney Spears se algum dia ela escrever uma autobiografia ou contar sua história para biógrafos, sem omitir capítulos de sua vida – algo bem improvável de acontecer, já que não envolveria só suas intimidades, mas também dos demais envolvidos.
O documentário revela como ex-namorados tentaram ajudá-la a passar por processos complicados, como o período do divórcio, e também traz entrevistas com outros profissionais que passaram por sua vida. Há um receio claro de tocar nas questões familiares, que acaba sendo pintada como ausente ou meramente interessada no dinheiro, desconsiderando questões complexas sobre relacionamentos familiares, pessoais, profissionais e questões como saúde mental, tudo muito mais problemático quando se tratam de pessoas de alto interesse midiático e que qualquer ação pode afetar suas carreiras.
A questão da saúde mental é tratado como mera funcionalidade: como se o fato dela ter sido capaz de produzir música e realizar performances, de alguma forma, sua saúde estivesse recuperada – quando há sigilos sobre essas questões e provavelmente só o círculo interno da família e dos envolvidos na tutela devem saber sobre os episódios.
Não há dúvidas de que a relação entre Britney e seu pai é problemática, especialmente com a tutela, mas tudo o que chega na imprensa não é nem metade das informações que deve rolar nos bastidores, o que dificulta uma compreensão completa dessa dinâmica quase que patológica e controladora, extrapolando as preocupações com a persona artística e o bem-estar pessoal, limitando o poder da escolha, os desejos e as subjetividades de Britney Spears.
O documentário ficaria esclarecedor se os familiares da cantora tivessem sido entrevistados, mas há um claro receio de abordar o assunto, seja por contratos profissionais e preocupações com a imagem da cantora, como por questões pessoais.
No final de contas, embora aborde a preocupante questão da tutela em que há excessos e como permitiram isso acontecer durante tantos anos, o documentário levanta mais dúvidas do que respostas, as quais a sociedade só terá acesso possivelmente quando a carreira de Britney Spears chegar ao fim e/ou alguém romper o silêncio.
O caso de Britney também revela as transformações culturais da imprensa que, se há alguns anos, a perseguia e abusava das críticas, agora, tenta passar um olhar mais compreensivo e humano, preocupado com o bem-estar da cantora. O mesmo sobre comportamento coletivo de fãs que, muitas vezes, agem de forma mais tóxica do que imaginam, desprezando os parceiros de Britney e até celebrando seus divórcios.
No momento em que escrevo esse texto, fãs da cantora celebram a suspensão da tutela pelo pai de Britney, Jamie Spears. "A situação atual não é sustentável. Ela reflete um ambiente tóxico que exige a suspensão de Jamie Spears, a partir de hoje", disse a juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Brenda Penny. Temporariamente, Jamie será substituído por um contador.
Um ex-funcionário chegou a alegar que o pai e a equipe monitoravam as conversas, as mensagens e os históricos de busca na internet de Britney Spears. O advogado atual de Britney, Mathew Rosengart afirmou que essa vigilância “representaria uma violação vergonhosa de seus direitos de privacidade e um exemplo marcante da privação de suas liberdades civis”.
Lembrando que a própria Britney Spears já criticou informações erradas em documentários sobre ela, bem como criticou jornalistas. Por mais que as intenções sejam boas ou de lucrar em cima do assunto do momento, o público parece estar longe da verdade e, muitas vezes, sendo guiados mais por suas crenças e vieses do que pela realidade – a qual só saberemos um dia, se Britney quebrar o silêncio. Quanto ao pai, segundo o advogado da cantora, ele será investigado pela conduta durante os 13 anos no controle da tutela.
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