Pular para o conteúdo principal

Destaques

A terceira semana sem fumar cigarro

Como era difícil criar hábitos positivos. Havia acabado de passar da terceira semana sem fumar cigarro e ainda sentia certo desconforto. Seja para bem ou para mal, descobrira que mesmo após anos, algumas pessoas continuavam lutando contra a vontade de fumar, ou seja, era muito mais difícil do que parecia. Na tentativa de substituir comportamentos negativos por mais saudáveis, se via diante da necessidade de se desapegar um pouco da nostalgia e voltar a se focar mais no momento presente. Havia tomado mais do que o suficiente sua dose de nostalgia e agora estava preparado para continuar seguindo em frente. Era chocante o quanto o cigarro havia segurado comportamentos e ao abandoná-lo, comportamentos que antes estavam sob controle, agora pareciam soltos. Precisava de um detox das redes sociais, como quem sabia que fumar fazia mal. Precisava voltar a focar em si mesmo, deixando o passado de uma vez por todas para trás. Era no momento presente que ia celebrando as pequenas conquistas. Para ...

Oh My Baby: Drama coreano sobre jornalista com o sonho de ser mãe

Oh My Baby é um drama coreano que se desenrola lentamente e toca em pontos sensíveis sobre como o sonho de uma jornalista de ser mãe – ainda que solteira e por conta própria, por questões de idade e fertilidade – é tratado como um tabu na Coreia do Sul. 

Ha-ri é (Jang Na-ra) uma jornalista em uma revista sobre bebês. Ao mesmo tempo em que seu trabalho faz seu sonho crescer mais ainda, por estar em contato com mães e crianças e escrever sobre o assunto, por questões de saúde ela descobre que sua vontade pode estar distante de se tornar real.

Conforme se aproxima dos 40 anos, Ha-ri bota mais pressão em si mesma, mas também sente o preconceito vindo de todos lados – até mesmo no seu trabalho. Quando suas esperanças parecem perdidas, três homens surgem alimentando sua fantasia de encontrar um doador – cada um com suas próprias experiências e expectativas em relação à jornalista.

A série se movimenta em um ritmo bem lento, que permite ao telespectador acompanhar mais questões não só da protagonista, mas de outros personagens principais e secundários. Questões como recomeçar e encontrar sentido na vida, bem como o medo de se machucar, o arrependimento de não tentar e os possíveis sacrifícios que as pessoas fazem quando entram em um relacionamento.

Embora seja envolvente acompanhar o trabalho da protagonista, o que chama a atenção é a maneira que ela é tratada pelos outros por uma ótica negativa e como ela vai conquistando a empatia progressivamente conforme vai se abrindo e enfrentando as barreiras dentro da própria empresa e descobrindo que não só as mães, como os pais também acabam perdendo importantes momentos diários por questões profissionais.

Com reflexões nas entrelinhas sobre a vida e algumas cenas cômicas que aliviam a tensão, Oh My Baby mostra como as tradições de família ainda pesam na cultura sul-coreana e a pressão coletiva em cima de uma mulher que corre contra o tempo e luta contra as probabilidades para conquistar seu sonho de ser mãe, sem abrir mão da sua carreira mesmo nos tempos de incertezas.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Mais lidas da semana