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Destaques

Um Natal diferente

Um Natal diferente. Um Natal sem carregar velhos fantasmas do passado, para se permitir viver o aqui e agora e encerrar um ciclo que já precisava ter encerrado faz tempo. Talvez por fora tudo fosse igual. Talvez tudo parecesse diferente. Mas a verdade era que alguns vínculos se tornavam pesados demais e não valiam a pena manter. Não, nenhuma relação unilateral valia o tempo. Escrevia para se lembrar o quanto algo assim parecia impossível há uns anos. Escrevia para dizer que pouco a pouco havia aprendido a se libertar. Se importava menos com o que os outros pensavam e focava nos próprios limites. Seria um Natal diferente, como deveria ser há anos. Algumas relações se desgastam com o tempo e não têm salvação, não importa o quanto você tente encaixar. De tanto ir deixando ir aos poucos ao longo dos anos, finalmente havia chegado a hora de se soltar de uma vez por todas. Escrevia para dizer o quanto era libertador e que não havia espaço para arrependimento, aliás, recomendava o mesmo ao ou...

Palavras e danos colaterais

Palavras e danos colaterais. Às vezes, você não está preparado para um tiroteio quando ele acontece. Palavras ditas de forma tão rápida que é impossível voltar atrás. De repente, todas conversas se resumem a uma só e todo passado é varrido de modo que só resta juntar os pedaços e seguir em frente.

E se eu perdoar mais uma vez? E se eu for perdoado mais uma vez? E se os dois finalmente perceberem que não dão certo e seguirem rumos diferentes? A ideia de que era só questão de tempo até tudo se repetir o atormentava. Era como se os dois fossem o oposto do que precisavam e despertavam o pior um do outro, uma combinação um tanto tóxica, o contrário do que procurava.

Há coisas que quando são ditas não havia como voltar atrás. A consciência de que não havia vítima nem vilão, seja de forma consciente ou subconsciente, os dois puxavam o gatilho um do outro e era como se nunca estivessem em paz, como se uma guerra fosse se desenvolver a qualquer momento.

Entre machucar e ser machucado, tudo o que sabia era que nenhum dos dois precisava passar por aquilo. Eram uma mistura que não dava certo e quanto mais tentavam se aproximar um do outro, mais se machucavam com suas palavras inflamáveis, capazes de causar combustão um no outro.

Paz. Uma palavra, três letras. Era o que precisava naquele momento e só havia um modo de conseguir: se distanciando. Encerrando um ciclo que se repetia e o fazia mais mal do que bem. Deixando ir toda parte boa, mas também a ruim: abrindo espaço para descobertas e novas memórias. Percebendo que sua tranquilidade não tinha preço e colocando um ponto final, onde antes estavam vírgulas.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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