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Destaques

Aceitação: Fim do ciclo

Aceitar que você não pode voltar no tempo. Aceitar o momento presente. Aceitar que as coisas mudam. Aceitação nem sempre é fácil, mas algo necessário. É somente quando aceitamos, que podemos finalmente deixar algumas coisas para trás e voltar os olhos para a frente. Aceitar não significa se pôr no papel de vítima, pelo contrário, assumir que você teve responsabilidade também, de um grau ou outro, por tudo o que aconteceu. Há coisas que vamos adiando e adiando, na esperança de que o outro vá mudar, mas esta mudança nunca vem. Em vez de colocar vírgulas, você decide por um ponto final, um ponto que já deveria ter colocado há anos, desde que fora aconselhado pela primeira vez. Escolher a própria saúde mental vem com um preço: às vezes, você decide colocar sua paz em primeiro lugar e quando você lida com alguém sempre envolvido em problemas, o que há muitos anos tinha sido um relacionamento saudável, há anos já se transformara em várias bandeiras vermelhas. Sabia quando tinha começado, mas...

Amizade Tóxica


Quando você constantemente tem que andar sobre cascas de ovos para não desagradar alguém é um dos sinais de que você pode estar em uma amizade tóxica. A pessoa te usa para constantemente fazer reclamações e contar problemas, mas nunca se enxerga como parte do que está acontecendo e fica sempre no papel de vítima.

Como um bom amigo você alertaria sobre comportamentos errados, mas quando você está preso em uma amizade tóxica, você tenta evitar o máximo desgaste possível, só para depois descobrir o peso por trás disso tudo. Para não desagradar ao outro, você começa a se diminuir e pouco a pouco, você vai se transformando em alguém que não conhece mais.

Se você não pode ser você mesmo com o outro, por que insistir em um relacionamento assim? Muitas vezes, é somente na terapia que você se dá conta de quantas coisas têm deixado de ser simplesmente para não desagradar ao outro, como ter que ocultar sua posição ideológica ou ficar no papel passivo de quem está sempre dando tapinhas nas costas, enquanto você gostaria de dizer sobre a importância da autorresponsabilidade para o outro.

Muitas vezes, é mais fácil reconhecer um relacionamento amoroso tóxico do que uma amizade tóxica. Talvez por conta da nostalgia e boas memórias, você sempre vai deixando as coisas passarem. Mesmo desconfortável, você vai aceitando papéis que não lhe cabem. Em alguns casos se pergunta, quando foi que me tornei o terapeuta dessa pessoa?

Amizades sem limites não são amizades. Todo relacionamento precisa de limites para funcionar adequadamente. Se só um dos lados está se beneficiando, talvez é hora de repensar a relação. Se você não pode ser sincero e apontar questões que o outro se recusa a se responsabilizar, então você se sente como uma líder de torcida e reforçando comportamentos problemáticos, afinal, o outro é sempre a vítima de tudo e todos.

Deixar uma amizade tóxica pode envolver impor limites, os quais você sabe que deixaria o outro desconfortável, mas é algo que a pessoa precisa lidar ou quando você chegou ao limite, muitas vezes significa simplesmente bloquear e seguir sua vida, sabendo que independente do quão bem você possa ter feito, no final, ela sairá como vítima e você, o vilão. 

Há questões que independente do seu nível de empatia e compaixão, somente quem pode ajudar é um profissional de saúde mental, mas para isto, é preciso que o outro se responsabilize. Talvez você só se dê conta de quão pesada outra pessoa é quando você finalmente corta ela da sua vida e percebe que grande parte da negatividade e de como suas emoções estavam sendo afetadas, muitas vezes nem eram por problemas seus. Chega o momento em que você precisa devolver para o outro tudo o que não faz parte da sua vida e só então você vai perceber o quão sua vida pode ser leve sem o outro.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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