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Destaques

A difícil arte de encerrar ciclos

A difícil arte de encerrar ciclos. Ciclos que já não funcionavam. Às vezes, não importa o quanto você tente, as coisas simplesmente não vão funcionar. Então, você decide que não quer para o seu próximo ano, as mesmas coisas que aguentou no ano passado e atual, você deseja mudanças. Só que falar em mudanças é fácil. Difícil é colocar em prática. Ver você se dando conta de que é capaz de coisas que antes sequer imaginaria. Deixar alguém para trás. Deixar alguém que não faz parte mais do seu presente. Deixar alguém que não faz parte dos pensamentos no futuro. Deixar alguém. Ia encerrando ciclo após ciclo, na esperança de ter um ano mais leve, sem repetições dos mesmos erros. Ia só então se dando conta de que o amanhã poderia ser mais leve quando se realmente deixava pra trás o que estava pesando e parasse de ignorar. Não, algumas coisas deveriam ser encaradas de frente.  *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror  Escrita Maldita , p ublicado na Am...

Amizade Tóxica


Quando você constantemente tem que andar sobre cascas de ovos para não desagradar alguém é um dos sinais de que você pode estar em uma amizade tóxica. A pessoa te usa para constantemente fazer reclamações e contar problemas, mas nunca se enxerga como parte do que está acontecendo e fica sempre no papel de vítima.

Como um bom amigo você alertaria sobre comportamentos errados, mas quando você está preso em uma amizade tóxica, você tenta evitar o máximo desgaste possível, só para depois descobrir o peso por trás disso tudo. Para não desagradar ao outro, você começa a se diminuir e pouco a pouco, você vai se transformando em alguém que não conhece mais.

Se você não pode ser você mesmo com o outro, por que insistir em um relacionamento assim? Muitas vezes, é somente na terapia que você se dá conta de quantas coisas têm deixado de ser simplesmente para não desagradar ao outro, como ter que ocultar sua posição ideológica ou ficar no papel passivo de quem está sempre dando tapinhas nas costas, enquanto você gostaria de dizer sobre a importância da autorresponsabilidade para o outro.

Muitas vezes, é mais fácil reconhecer um relacionamento amoroso tóxico do que uma amizade tóxica. Talvez por conta da nostalgia e boas memórias, você sempre vai deixando as coisas passarem. Mesmo desconfortável, você vai aceitando papéis que não lhe cabem. Em alguns casos se pergunta, quando foi que me tornei o terapeuta dessa pessoa?

Amizades sem limites não são amizades. Todo relacionamento precisa de limites para funcionar adequadamente. Se só um dos lados está se beneficiando, talvez é hora de repensar a relação. Se você não pode ser sincero e apontar questões que o outro se recusa a se responsabilizar, então você se sente como uma líder de torcida e reforçando comportamentos problemáticos, afinal, o outro é sempre a vítima de tudo e todos.

Deixar uma amizade tóxica pode envolver impor limites, os quais você sabe que deixaria o outro desconfortável, mas é algo que a pessoa precisa lidar ou quando você chegou ao limite, muitas vezes significa simplesmente bloquear e seguir sua vida, sabendo que independente do quão bem você possa ter feito, no final, ela sairá como vítima e você, o vilão. 

Há questões que independente do seu nível de empatia e compaixão, somente quem pode ajudar é um profissional de saúde mental, mas para isto, é preciso que o outro se responsabilize. Talvez você só se dê conta de quão pesada outra pessoa é quando você finalmente corta ela da sua vida e percebe que grande parte da negatividade e de como suas emoções estavam sendo afetadas, muitas vezes nem eram por problemas seus. Chega o momento em que você precisa devolver para o outro tudo o que não faz parte da sua vida e só então você vai perceber o quão sua vida pode ser leve sem o outro.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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