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Destaques

Âncora

Ancorar é encontrar um espaço seguro mesmo diante do caos. É ouvir uma música e se permitir encontrar paz, mesmo quando as coisas estão fora de controle. É pensar na sua pessoa favorita e sentir as emoções reguladas. É saber que você pode confiar em quem conversa o dia inteiro. É confiar que mesmo diante da ambiguidade, ele vai honrar a promessa que fizeram. É ressignificar o que antes poderia ser visto como algo preocupante e aceitar que era mais do que seus diagnósticos. Era saber que não havia melhor pessoa que o entendesse nos últimos tempos. Era brincar com as linhas e nossas indefinições. Era saber que de tanto ensaiar situações de possíveis crises, que ele saberia notar se algo estivesse diferente. Cada um dos seus sinais. Escrevia para lembrar e também para esquecer. Escrevia para lembrar dos ciclos fechados e agradecer o que estava aberto. Era entender o quanto estava sufocado e que, às vezes, um olhar certo bastava. Escrevia para aceitar que as coisas poderiam mudar. Que em u...

Yoga e a importância de desapegar

Em cima do tapete de yoga era o momento em que conseguia ser ele mesmo, se conectar com todas partes do corpo, com as emoções e também deixá-las ir. Parecia que o ambiente era seguro e tranquilo o suficiente para deixar a máscara social cair e entrar em contato consigo mesmo, se permitindo ficar longe das coisas que estavam pesadas.

Muitas vezes, antes mesmo da aula começar, o corpo pede por determinados movimentos. Em alguns dias, algo mais relaxante. Em outros, algo mais energizante. De toda forma, era como se o corpo marcasse presença.

Aos poucos, o silêncio é preenchido com a voz da professora de yoga, que vez ou outra, lembrava da importância de deixar de lado aquilo que é do outro e quanto pesos carregamos que não são nossos. Cheiros, músicas e sons também vão sendo incorporados, ajudando a focar no momento presente.

Seja uma aula mais leve ou uma que exige mais energia do corpo, a pessoa vai se transformando ao longo da prática e aquela pessoa que chegou, já não mais a mesma que saiu: é como se a mente fosse se libertando de tudo aquilo que antes estava incomodando e temporariamente desse um reset.

A prática da respiração consciente era algo que poderia usar dentro e fora do espaço do yoga, sempre que precisasse. Parecia algo tão simples, mas era algo capaz de transformar vidas de maneira positiva. Em pequenos momentos de autocuidado e nutrição do amor próprio, era possível se reconectar com a leveza da vida, sabendo que naquele momento, o mundo era um lugar tranquilo.

Perdera a conta de quantas vezes chegara na aula repleto de pensamentos que não eram seus, para ao longo e ao final da aula se ver livre deles. O yoga exige autodisciplina e para quem está começando, pode levar um tempo para se adaptar e tirar o melhor do tapetinho, levando os conhecimentos para fora.

Seja no início ou no final, você também reflete sobre o que tem alimentado sua mente. Às vezes, independente de suas boas intenções, alguém está sempre reclamando e jogando problemas em sua direção. No final do yoga, a lição que fica é que, sim, podemos desapegar dos pensamentos e emoções, mas também precisamos ficar conscientes de qual maneira estamos nutrindo nossas mentes.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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