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Destaques

Relaxar

Relaxar era tão importante quanto ficar atento aos sinais de crise. Era um exercício diário. Muito mais fácil na teoria do que na prática. Um exercício de confiar que quem está ao redor saberá reconhecer no tempo certo a necessidade de ajuda. Então, por que mesmo sabendo disso, o corpo e a mente continuavam em alerta? Talvez pelo passado. Talvez por saber que o imprevisível poderia causar danos irreparáveis. Talvez pela dificuldade de aceitar que nem tudo pode ser controlado. Ia, então, se soltando um pouco a cada dia. Se distanciando de sua versão em alerta e voltando a se focar naquela que seria capaz de relaxar, sem deixar cada pequena mudança do dia incomodá-lo. Por mais que tentasse prever o futuro, a verdade era que algumas coisas não poderiam ser previstas. Era necessário confiar no aqui e agora, na noção de que conseguiria pedir ajuda se fosse preciso e que ficar o tempo inteiro esperando uma crise acontecer não ajudava ninguém.  Era ao sair do modo de sobrevivência que se ...

A paz que vem do silêncio

A paz que vem do silêncio. Às vezes, é quando tudo está em paz ao nosso redor, que podemos finalmente desfrutar do momento presente. São momentos raros em que tudo finalmente parece se encaixar e as coisas voltam a fluir novamente.

É quando tudo fica ao silêncio que o passado fica para trás, dando lugar ao tempo presente. Coisas do passado já parecem não incomodar e tudo o que resta é o aqui e o agora. Respirar volta a se tornar fácil e as emoções e os pensamentos voltam a se realinhar.

O peso do ontem dá espaço para a renovação do hoje. Memórias indesejadas voltam a se tornar indiferentes e o que antes dava lugar à preocupação e à ansiedade, agora se tornam instantes de paz. Quanto tempo iria durar? Não importava, desde que conseguisse aproveitar o suficiente.

Os momentos de dúvidas e invalidações foram substituídos por certezas e validações. Os pensamentos estavam leves e tudo o que restava era aproveitar, sentir a leveza no corpo e simplesmente curtir o aqui e o agora.

Era como a paz que sentia após o yoga. Era a leveza que vinha depois de colocar as emoções para fora em terapia. Era similar à paz de quando caminhava e ouvia suas músicas favoritas. Era uma sensação difícil de explicar, mas na qual poderia escrever a respeito, para lembrar que os dias leves também existiam.

Foi somente ao deixar para trás e aceitar as coisas como eram que conseguia sentir paz. Uma paz que não tinha preço e não cobrava nada. Uma paz que dizia que tudo estava bem e que os dias ruins sempre passavam. Uma paz inesperada, mas muito bem apreciada. Uma paz.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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