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Destaques

Humor a um

Humor a um. Nos últimos dias vinha pensando o quão importante era o humor para um relacionamento. Poderia ser capaz de ignorar aspectos do outro que o incomodava? Ou seria o humor tão parte da personalidade de que era algo impossível de se desassociar? Não sabia a resposta. Não estava satisfeito com a pergunta. Era como se fosse algo que não deveria quebrar a cabeça pensando.  Poderia encontrar conforto no desconforto? Poderia entender a linguagem completamente diferente da sua? Deveria deixar o tempo dissolver aquilo que não era para ser? Tantas perguntas sem resposta. Talvez nada de bom poderia sair de algo unilateral. Talvez aceitar que não era para ser era tudo o que restava. Talvez seus textos nunca fossem rimar juntos. Talvez, mas só talvez, havia perdido a cabeça de sequer imaginar os dois juntos.  Ia escrevendo, costurando idéias e pensamentos, mudando a narrativa. Escrevia para encontrar um novo sentido, romper velhos padrões e fazer as pazes com o momento presente. E...

Uma dose de paz

Uma dose de paz era tudo o que buscava, em meio à sua luta contra parar de fumar cigarro, após a terapia. Era quando admitia suas fraquezas e enxergava suas forças, tateando um caminho, encarando o próprio reflexo e encontrando um guia.

Era ao admitir em voz alta, seus erros e acertos, que possibilitava a mudança. Era ao aceitar que algumas coisas não poderiam ser mudadas. Era ao ser sincero consigo mesmo, que poderia abrir espaço para o diferente.

Escrevia para acalmar a saudade que sentia. Escrevia para aceitar que estava tudo bem não se encontrarem mais. Escrevia para alimentar a fantasia de algo que jamais iria acontecer, mas suas emoções não se importavam com a razão. Escrevia.

Até quando iria escrever? Até quando iria sentir falta? Até quando? Não tinha respostas prontas, mas sabia que precisava escrever e colocar para fora tudo o que estava sentindo, antes que fosse consumido pelas emoções.

Escrevia para dizer alô. Escrevia para dizer adeus. Escrevia por escrever. Escrevia. Ia usando palavras para se esvaziar, palavras que antes usara para construir, agora eram usadas para apagar. Ia deixando o passado no passado e toda e qualquer fantasia de presente voavam pelo ar, como balões, deixando ao futuro, as expectativas de tudo o que nunca foram, tudo o que nunca serão, mas quão belo seriam. Ainda escrevia, sabendo que era só questão de tempo até deixar a fantasia para trás.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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