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Destaques

Deixava ir

Nem tudo precisava ser dito. Havia algo mágico em não dizer. Longe de ser um último ato de covardia, era um auto de libertação. Tinha aprendido a dizer não só longo do ano. Tinha aprendido que nem sempre precisavam ceder. Tinha aprendido que duas coisas did poderiam ser verdades e não precisava se pressionar. Estaria mentindo se dissesse que não sentia saudade, mas também sabia que era algo unilateral. Enquanto um se silenciava para o outro, o outro continuava buscando, então, para equilibrar, decidira fazer o mesmo. Foi somente quando deixou de ir atrás que começou a sentir o respeito voltar aos poucos. Foi ao aceitar que eram tão diferentes que qualquer afeto que havia entre os dois não importava. Foi deixando tudo ir, na esperança de não estragar o próprio fim de ano. Um ano era mais do que o suficiente para conversar. Mas de um jeito ou de outro, se evitaram. E as coisas foram se acumulando. Foi ao deixar o outro finalmente livre que poderia sentir a própria liberdade. Deixar ir ti...

Resenha: O Lobisomem Da Costa De Dentro – Sebastião Ramos



A lenda do lobisomem é antiga e tem suas raízes na mitologia grega, entretanto até hoje muitas pessoas continuam a acreditar em sua existência e a história de diversos casos é transmitida de pessoa a pessoa. A sua origem européia, não impediu que a lenda atravessasse continentes e em cada região criasse sua singularidade.

Publius Ovidius Naso, foi um poeta latino e escritor da obra: Metamorfoses. De acordo com a mitologia, Licaão, o rei da Arcádia (região que atualmente corresponde a 18% da área da península do Peloponeso), serviu a carne de Árcade a Zeus e este como castigo, transformou-o em lobo.

O lobisomem é um ser licantropo, palavra que tem origem grega: Lykos (lobo) e Tropos (forma), o nome da palavra foi derivada do Rei Licaão e sua transformação em lobo. As histórias e lendas se adequam referentes à sua época, atualmente as histórias são um pouco diferentes, suas atribuições não são referentes ao Deus da Mitologia Grega, Zeus. No Brasil, cada região tem a sua versão da história, algumas referem ao lobisomem, como metade homem e metade lobo e outras como 100% lobo quando ele quer transformar-se. Por mais irreal que possa parecer para alguém que não acredita na história, para os que acreditam, o lobisomem é bem real, assim como o medo da criatura.

O livro: O Lobisomem da Costa de Dentro, obra do escritor catarinense, Sebastião Ramos, é sensacional. A ficção narrada no livro com seus personagens tão reais, dão a sensação que a história é verdadeira. O personagem lobisomem é um morador de Palhoça, (município localizado na Grande Florianópolis) que se muda para a Costa de Dentro (bairro de Florianópolis, localizado no Sul da Ilha, ambas cidades do Estado de Santa Catarina), em busca de uma oportunidade de emprego. Diferentemente de muitas lendas que relatam uma relação conflituosa entre cães e o lobisomem, nesta o personagem tem nos cães, seus melhores amigos.

A obra rica em detalhes, possibilita ao leitor mergulhar na história e envolver-se do início ao fim, muitas vezes não sabendo se situar ao lado do lobisomem ou da população da Costa de Dentro. O pobre homem, é descrito como um miserável, após a transformação ele sempre tem amnésia e não se lembra de nada feito enquanto transformado. Basicamente, a população tenta expulsar ele da região, quando descobrem que ele é o lobisomem, fato previamente acontecido em diversos outros lugares em que ele morou, de lugar a lugar, o lobisomem era expulso. Sua vida era amaldiçoada, mas teria ele alguma culpa?

O folclore de Santa Catarina é muito rico e o escritor colaborou bastante com a região ao escrever o livro, pois a cada ano que passa, a sociedade parece se afastar da cultura e a se ligar em coisas idiotas como as lendas urbanas, que muitas vezes não passam de ignorância acumulada, como por exemplo: os sanduíches do Mc Donald são feitos de carne de minhoca ou manga com leite faz mal à saúde, podendo causar a morte. Histórias tão pobres em cultura, comparadas as lendas e mitologias.

Quem tiver a oportunidade, leia o livro. Você não vai se arrepender!

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