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Destaques

Relaxar

Relaxar era tão importante quanto ficar atento aos sinais de crise. Era um exercício diário. Muito mais fácil na teoria do que na prática. Um exercício de confiar que quem está ao redor saberá reconhecer no tempo certo a necessidade de ajuda. Então, por que mesmo sabendo disso, o corpo e a mente continuavam em alerta? Talvez pelo passado. Talvez por saber que o imprevisível poderia causar danos irreparáveis. Talvez pela dificuldade de aceitar que nem tudo pode ser controlado. Ia, então, se soltando um pouco a cada dia. Se distanciando de sua versão em alerta e voltando a se focar naquela que seria capaz de relaxar, sem deixar cada pequena mudança do dia incomodá-lo. Por mais que tentasse prever o futuro, a verdade era que algumas coisas não poderiam ser previstas. Era necessário confiar no aqui e agora, na noção de que conseguiria pedir ajuda se fosse preciso e que ficar o tempo inteiro esperando uma crise acontecer não ajudava ninguém.  Era ao sair do modo de sobrevivência que se ...

Resenha: A publicidade é um cadáver que nos sorri – Oliviero Toscani

O livro “A publicidade é um cadáver que nos sorri”, foi escrito pelo fotógrafo italiano, Oliviero Toscani, em 1995. O autor conta no livro histórias de suas ousadas e polêmicas campanhas publicitárias que repercutiram no mundo. Sua paixão por fotografia começou quando ele ganhou a primeira câmera fotográfica do pai, que era repórter fotográfico do jornal italiano “Corriere della Sera”.

No início do livro, Toscani começa a descrever a publicidade como um “crime contra a inteligência” e cita inúmeros casos e exemplos de fracasso dos anúncios publicitários, como: a falta de criatividade; a inutilidade social; as mentiras; a exclusão e o racismo; a persuasão.

Assim como o jornalismo tem seu papel social, por quê a publicidade não pode fazer o mesmo? Do começo ao fim da obra, o autor propõe uma reflexão sobre o papel da publicidade. A maioria dos seus anúncios foram criados para a Benetton, sempre indo além da lógica da maioria dos publicitários da época, muitas vezes contrariando os padrões e quebrando tabus.

A guerra, o racismo e a AIDS sempre estiveram presentes em seus anúncios. Para Oliviero Toscani, a publicidade é mais do que estimular a venda e o capitalismo, é mostrar assuntos que são de interesse da população que estão além do falso glamour e falsa felicidade abordadas nas propagandas.

Apesar do livro ter sido lançado há 14 anos, observa-se que pouca coisa mudou no ramo publicitário. Os publicitários parecem seguir a mesma “fórmula de sucesso”, mostrar algo que seja agradável e que não provoque a reflexão, sendo o lucro e a satisfação dos clientes prioridades. O que é mais importante para você, ajudar as pessoas a enfrentar a realidade ou fazer com que elas vivam no mundo perfeito e utópico mostrado nas propagandas?

Algumas fotos de Oliviero Toscani, quem quiser ver mais, no site do fotógrafo estão disponíveis.
http://www.olivierotoscanistudio.com/


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