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Destaques

Às vezes...

Tudo o que nunca fomos. Tudo o que nunca seríamos. Tudo o que não éramos. Havia um espaço dentro de mim que não poderia ser preenchido por todas palavras que representávamos um para o outro. Ia, então, se soltando lentamente, de quem havia se soltado de forma brusca. Ia dando tempo ao tempo e espaço para as coisas voltarem ao eixo. Escrevia para lembrar, escrevia para esquecer. Esquecer o quê? Nunca tinham passado de dois personagens cujas histórias jamais se cruzariam. Sequer poderiam ser definidos como colegas ou amigos, tampouco eram amores. Eram quase alguma coisa e nesse mundo de indefinições, às vezes era melhor não saber. Perdeu a conta de quantos dias o outro havia ficado sem responder. Perdeu a conta de quanto tempo havia se passado. De quando limites foram cruzados e quando promessas foram quebradas. Escrevia para dizer que a dor também fazia parte do processo de se sentir vivo. Escrevia para nomear as emoções e encontrar clareza em um universo de indefinições. Escrevia para ...

Repórter comenta como é a realização de rádio-documentários

No programa Especial de lançamento do Prêmio Roquette Pinto 2010, a repórter, produtora do rádio-documentário "40 anos de 1968" que ganhou o Prêmio Embratel 2008, na categoria "Reportagem de Rádio", Lívia Carla, contou um pouco sobre sua experiência na realização de rádio-documentários.
Lívia na entrega do Prêmio Embratel 2008

Questionada sobre o processo de produção de um rádio-documentário, Lívia Carla diz: "É a coisa mais louca possível, nós começamos a partir do momento que descobrimos qual é o tema. Então, mergulhamos no tema, saímos do mundo real, do nosso cotidiano, para viver aquele mundo, aquele tema".

A repórter explicou que é um processo bem inusitado que começa através de conversas, frases, escolha das músicas e entrevistados, descoberta de quem são as pessoas fundamentais no processo, ligações e escrita.

Lívia Carla falou que não existe uma idéia de edição preparada, pois as vezes quando você chega com uma idéia pronta, o entrevistado traz novas idéias. No momento da edição no estúdio, de acordo com as músicas, textos e falas dos entrevistados e até mesmo com a opinião do operador de aúdio, o capítulo todo pode mudar.

A jornalista acrescenta que já gravou várias vezes o mesmo capítulo porque a idéia mudou. Existe a pré-edição onde ela prepara um roteiro com texto, mas é somente quando está no estúdio que a repórter tem conhecimento de como ficará a edição.

A parceria entre o repórter e o operador de aúdio é parte fundamental do processo, pois por mais que "eu escreva, ele edita. Ele ajuda a montar o documentário", finaliza.

Sobre o documentário

Através de 11 reportagens, a série de rádio-documentário "40 anos de 1968", transmitida pela Rádio MEC AM, fez um resgate histórico de 1968, ano de forte movimento de contestação política, social e cultural ao regime militar.

A ganhadora do prêmio comenta: "Recebi um prêmio porque acho que foi uma grande aposta da rádio, na verdade, uma aposta no trabalho, da gente inovar nos rádios-documentários, quero dizer, uma das primeiras rádios a criar e a desenvolver este trabalho. E este é um prêmio do primeiro ano que a gente desenvolve este trabalho, fico emocionada de rever e ouvir".

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