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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Sensacionalismo ou Ética?

"Sensacionalismo ou ética? Eis a questão", título do paper apresentado pela jornalista Luciene Tófoli no Intercom 2010, trata sobre a questão do sensacionalismo, da falta de ética e do mau jornalismo. O trabalho foi divulgado nos Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Comunicação realizado em Caxias do Sul (RS) entre os dias 3 a 6 de setembro de 2010.

A autora do livro Ética no Jornalismo (Vozes, 2008) questiona como é possível ao jornalista fugir da prática sensacionalista quando ela é incentivada pela sociedade do espetáculo. De acordo com os autores citados por Tófoli: Rosa Nível Pedroso, Danilo Angrimani e Ciro Marcondes Filho, o sensacionalismo está ligado à "valorização da emoção em detrimento da informação" e fazem parte do conteúdo dessa imprensa os escândalos, sexo, sangue, vulgaridade, violência e tragédias.

Para a jornalista, o sensacionalismo é uma questão histórica. Ela cita que na França, nos séculos XIV, XV e XIX, os jornais sensacionalistas eram os que mais faziam sucesso, recheados com notícias criminais e chocantes. Apesar de fazer sucesso na França, foi com o jornal estadunidense Publick Ocurrences, editado por Benjamim Harris, que o sensacionalismo ganhou status.

"Mas tal estilo ocuparia lugar definitivo no fazer jornalístico quando, no final do século XIX, urgem os periódicos World e Journal, editados por Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst", destaca. Tófoli diz que muitos autores afirmam que os dois editores não mediam as consequências na briga pela audiência.

Os erros cometidos pela imprensa podem causar uma série de problemas, como por exemplo, uma guerra. Luciene Tofóli reporta os riscos que se corre em relação ao sensacionalismo, chamados de "sete pecados capitais da imprensa" pelo historiador, ensaísta e jornalista Paul Johnson. "Distorção, deliberada ou inadvertida; culto das falsas imagens; invasão de privacidade; assassinato de reputação; superexploração do sexo, envenenamento das mentes das criançs; e abuso de poder".

Para reforçar a importância da ética, dois fatos em que a imprensa errou são relembrados pela autora: o caso Ibsen Pinheiro e o caso Escola Base.

Leia o paper na íntegra

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