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Para onde vão todas coisas que não dissemos?

Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas que não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em...

Entrevista sobre Bullying com a psicóloga Ludmila de Moura

Confira abaixo a entrevista sobre Bullying feita por mim, Ben Oliveira, com a professora da Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS) e psicóloga Ludmila de Moura, para o programa Rádio em Foco, transmitido aos domingos pela Rádio FM UCDB.




Imagem: Reprodução

Ben Oliveira: Professora, o que é o bullying e como identificar quando ele está ocorrendo?
Ludmila de Moura: O bullying é um termo inglês, já bastante comum no Brasil, que descreve atos de violência física ou psicológica intencional praticados por uma pessoa ou por um grupo de jovens contra um outro indivíduo incapaz de se defender. Este comportamento, geralmente, é um desequilíbrio em alguém que tem um poder, um "valentão" da turma, com alguém que tem menos poder ou é mais tímido, mais passivo.

Ben Oliveira: Com a volta às aulas, os alunos que são vítimas de bullying devem estar com medo do retorno. Qual é a melhor forma de inibir essa prática?
Ludmila de Moura: A melhor forma de inibir essa prática é a escola junto com a família envolver todos os alunos no sentido de discutir esta questão. Fazer reuniões de grupos de alunos/pais, discutir comportamentos de solidariedade, de ajuda, mostrar o quanto este comportamento é ruim, o quanto faz mal, pensando nos modelos e seus exemplos: o papel da escola e da família é fundamental neste retorno junto com os alunos.

Ben Oliveira: Pesquisas indicam que o comportamento do agressor é um reflexo da maneira que os pais relacionam com ele no dia-a-dia. Como tratar este agressor quando a questão envolve toda a família?
Ludmila de Moura: As pesquisas indicam que estes adolescentes agressores têm uma personalidade autoritária, com uma necessidade de dominar ou controlar o outro, são indivíduos que não têm habilidade social, no sentido de lidarem com o outro. Ele pode ser uma pessoa muito invejosa, muito ressentida, que quer demonstrar que ele é quem manda ou quem tem o poder. A escola tem que tentar realizar um trabalho com todo o grupo, ter alunos que possam fazer um processo de 'anjo da guarda' (um grupo de alunos torna-se responsável de proteger estes que estão sofrendo bullying) e cuidar dos que estão sendo vítimas de bullying. Você tenta envolver os pais também. Não podemos culpar só os pais, e em alguns casos, o agressor vai precisar até de um tratamento mais especializado com um psicólogo.

Ben Oliveira:  Professora, como a vítima pode se defender do bullying?
Ludmila de Moura: Ela também tem que buscar ajuda, por isto, a escola tem que dar confiança  para ela.  Geralmente, a vítima é tímida, retraída, pouco sociável e vai cada vez se isolando mais. A escola tem que estar atenta a estes jovens, os colegas estarem denunciando e buscando apoio nos outros professores. No bullying sempre tem o agressor, a vítima e os espectadores. Os espectadores devem ser trabalhados na escola (canais de comunicação), no sentido de buscarem os professores e a direção da escola para denunciarem, porque muitas vezes, a própria vítima não se sente fortalecida para buscar ajuda.

Ben Oliveira: Como ocorre o bullying na internet?
Ludmila de Moura: O bullying já tem até a versão virtual, chamado de cyberbullying e ocorre com pessoas que passam boatos, espalham rumores, mentiras ou insultos aos colegas, familiares e profissionais da escola. Infelizmente, vimos que o bullying que o já alcançou a internet, com o objetivo de maltratar, humilhar e constranger. É uma forma perversa que saiu dos muros da escola, mas muito praticado entre os jovens também.

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