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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Peucer: Jornalismo no Século XVII

Uma tese do pesquisador alemão Tobias Peucer escrita há mais de 300 anos reflete sobre a ética jornalística, as relações entre jornalismo e história, critérios de noticiabilidade, o papel do mercado na configuração da informação e agendamento. O professor de jornalismo e pesquisador Jorge Pedro Sousa comenta diversos aspectos apontados por Peucer, em 1690, que podem ser identificados nos dias de hoje, porém em um contexto diferente, em seu artigo: "Tobias Peucer: progenitor da Teoria do Jornalismo".

Jorge Pedro Sousa observa na tese de Peucer, conhecida como: "De Relationibus Novellis", algumas questões sobre o florescimento da imprensa do século VXII: a notícia vista como mercadoria; o desenvolvimento da tipografia gutemberguiana; a expansão da indústria do papel; informações econômicas; aumento do fluxo de informação e estímulo do aparecimento de novas publicações.

Segundo o autor, apesar das pessoas acharem que a imprensa noticiosa teve origem norte-americana no século XIX, no século XVI e XVII já existia a circulação de publicações com relatos noticiosos na Europa. Sobre essas publicações, Sousa comenta que Peucer relatou em sua tese que muitas informações eram sobre pessoas importantes, batalhas, acontecimentos, catástrofes e assuntos surpesticiosos e religiosos. "Às vezes, os relatos noticiosos eram enquadrados pela moral cristã ou mesmo sob o prisma do contentamento ou descontentamento divino", argumenta Sousa.

Noticiabilidade

Apesar da tese ter sido escrita há alguns séculos, o pesquisador Peucer mostra o quanto o jornalismo permanece semelhante através dos tempos, por exemplo, as notícias deveriam relatar acontecimentos recentes, de certa utilidade e que satisfaziam a curiosidade humana, além de selecionar os fatos mais relevantes.

Jornalismo & História

História e jornalismo eram considerados sinônimos pelo pesquisador, porém ele chama a atenção para o fato dos jornais não se preocuparem com a posteridade, somente em satisfazer a curiosidade humana, portanto este não pode ser tido como fonte confiável aos historiadores.

Constrangimento da informação

Sousa explica no artigo que diversos autores contemporâneos do jornalismo, como Nelson Traquina, explicitam os fatores de constrangimento da produção de informações. Em 1690 Peucer já descrevia o que poderia influenciar este processo: condições pessoais (relação com os governantes, capacidade de julgar), fator tempo ("relatos precipitados"), força do mercado (lucro tanto dos donos dos jornais quanto dos que comercializam), dependência das fontes (assegurar veracidade e credibilidade), sanções e ameaças de sanções e censura prévia.

Agendamento

Peucer explicou que a comunicação jornalística agendava temas de debate público, publicava os direitos e era útil para a vida cívica.

Distanciamento social

O distanciamento social acontecia por causa das diferenças de conhecimento dos leitores, apesar do jornal ser importante para todos, não eram todos os cidadãos que entendiam os conteúdos publicados.

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