Pular para o conteúdo principal

Destaques

Behind Every Star: Drama coreano sobre uma agência de artistas e seus bastidores

Para quem tem curiosidade sobre os bastidores do mundo dos profissionais que trabalham com artistas, o drama coreano Behind Every Star mostra como os funcionários de uma agência de celebridades lida com os problemas e perrengues causados pelos famosos representados por eles. Lançado em 2022 , o dorama está disponível na Netflix .  Por trás de toda atuação, há artistas temperamentais em Behind Every Star e cabe aos funcionários tentarem entender seus caprichos, como a quebra de contratos em cima da hora, alguma exigência ou demanda que o artista tenha para participar de determinada produção e até mesmo como eles precisam lidar com seus bloqueios e medos. O dorama nos faz pensar no lado humano por trás dos profissionais, bem como na exaustão física e mental que seus cargos exigem e no medo do julgamento – tão comum e retratado nas produções sul-coreanas.  Além da burocracia do mundo artístico, os agentes também lidam com problemas pessoais entre os profissionais, como divergências entre

Jogos Vorazes e a Pós-Modernidade


Ao assistir "Jogos Vorazes", filme lançado em março de 2012 e dirigido por Gary Ross, baseado no livro homônimo escrito por por Suzane Collins, uma palavra não conseguia sair da minha cabeça: pós-modernidade. A trama mostra os reflexos da globalização na sociedade, uma realidade não tão diferente da nossa.

O jogo, por exemplo, é uma espécie de espetáculo. A distração é uma forma de quebrar as resistências da população, principalmente das minorias. Outro ponto observado no jogo é o monitoramento dos participantes, que acontece em uma diferente espaço híbrido - físico e virtual, lembrando o modelo panóptico discutido pelo filósofo francês Michel Foucault. Relacionando o filme com a explicação do sociólogo polonês Zygmunt Bauman em seu livro "Globalização: As Consequências Humanas", no modelo panóptico, os supervisores, no caso aqueles que assistiam o jogo, estavam em espaços diferentes dos vigiados, os jogadores, onde o primeiro grupo não tem a visão obstruída sobre o que está acontecendo, e o segundo age sem saber o que se passa, além de se comportarem como se estivessem sob vigilância. Mais do que servir para fiscalizar as ações dos jogadores, o confinamento é um show ao vivo.

A supervalorização da estética fica evidente no filme, por exemplo, apesar de vir de uma região subdesenvolvida e ter uma vida precária, a protagonista passa por uma transformação para que os telespectadores do jogo possam gostar dela. A garota que passava fome é recebida com banquetes antes da competição começar. O "parecer" e a estética tornam-se mais importantes do que o "ser" e a ética. Roupas coloridas e extravagantes, maquiagem pesada e cabelos modernos ressaltam o narcisismo dos moradores da Capital, pólo econômico superdesenvolvido, contrastando com a miséria dos cidadãos de outros distritos, responsáveis pelo transporte de recursos naturais, minerais e produtos.

Parecido com as relações sociais nos dias de hoje, em que vivemos numa espécie de reality show onde ganha quem tem maior aceitação, no jogo os participantes são capazes de transformarem suas vidas em um espetáculo teatral, para agradarem os patrocinadores / telespectadores, utilizando-se de sentimentos artificiais e relacionamentos de aparência.

A indiferença em relação à violência e também à morte são mostradas no filme, semelhante ao que acontece nos meios de comunicação de massa da sociedade em que vivemos. Não importa o que acontece ou quantas pessoas tenham que se machucar se isto tudo der um bom show.

Ficção e realidade se interconectam na produção cinematográfica e literária que tornou-se a nova febre entre pessoas de diferentes lugares do mundo (olha a globalização novamente aí). Estaremos nós em um futuro próximo de lutarmos em Jogos Vorazes ou já nos comportamos como jogadores nos nossos cotidianos? Fica a reflexão para o leitor.

Comentários

  1. Ótima reflexão... Excelente ponto de vista.

    ResponderExcluir
  2. Esse filme me lembrou o pensamento do meu professor de sociologia...
    Ele dizia que o ser humano tem um perfil agressivo e que criamos esse "perfil educado" a poucos anos, onde aprendemos que matar e ferir o próximo é errado.
    O filme retrata bem isso, como antigamente, que a atração para a população era ver batalhas de homens, ou homens arriscando a vida até a morte e as pessoas assistindo..

    Mostra uma cidade toda moderna com um pensamento ultrapassado..

    Att,
    Ellen Innocenzi

    ResponderExcluir
  3. super bem escrito seu texto, e muito bem pensado, realmente ficou ótimo
    !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado pelo comentário e pela leitura, Michelle! Fico feliz que tenha gostado. Quando escrevi o texto estava assistindo mutas aulas na universidade sobre a pós-modernidade e suas consequências. Sempre que assisto o filme ou me lembro do livro Jogos Vorazes, percebo que não estamos vivendo uma situação tão diferente assim.

      Excluir
  4. Muito boa a sua análise sobre o filme Jogos vorazes. Gostei muito, sue blog também é sensacional. ;) Parabéns.

    ResponderExcluir
  5. Muito legal a comparação que você fez. Apesar de eu não ter assistido ainda Jogos Vorazes, entendi suas colocações e concordo com tudo. Principalmente sobre a sociedade viver de aparências e superficialidade! Abraços

    http://www.acasadoleitor.blogspot.com.br

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Volte sempre!

Mais lidas da semana