Pular para o conteúdo principal

Destaques

Born This Way: Hino LGBTQIA da Lady Gaga e sua importante Fundação

Os anos passam mais algumas músicas continuam fazendo sucesso. Neste mês do Orgulho LGBTQIA , Born This Way , da Lady Gaga , permanece sendo reconhecida como um hino LGBTQIA. Mais do que cantar sobre a causa, a importância da própria identidade e aceitação, a cantora da música lançada em 2011 é também co-fundadora de uma fundação que apoia comunidades LGBTQIA. Segundo informações do site da Born This Way Foundation , a missão é: “Empoderar e inspirar os jovens a construírem um mundo mais gentil e corajoso que apoia a saúde mental e o bem-estar deles. Baseado na relação científica entre gentileza e saúde mental e construído em parceria com os jovens, a fundação incentiva pesquisa, programas, doações e parecerias para envolver o público jovem e conectá-los com recursos acessíveis de saúde mental”. Mais do que uma música para inspirar a Parada do Orgulho LGBTQIA ou ser ouvida o ano inteiro, Born This Way deixou esse grande legado que foi a fundação que já ajudou muitos jovens LGBTQIA. E o...

Rota 66: A História da Polícia que Mata - Caco Barcellos


"Rota 66: A História da Polícia que Mata", livro-reportagem publicado em 1987 e escrito pelo jornalista Caco Barcellos é resultado de anos de investigação dos homicídios cometidos pelos Policiais Militares da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.

Dividido em três partes, o livro aborda na primeira parte o caso Rota 66; na segunda parte informações sobre os maiores matadores Policiais Militares da Rota e a última parte dedicada aos inocentes vítimas das ações da "polícia que mata".

O jornalista narra o caso conhecido como Rota 66, no qual três jovens foram assassinados por policiais militares sob as acusações de porte e tráfico de drogas, furto de rádios de carro, porte de armas, reação à prisão e tiroteio.

Diferente da maioria dos assassinatos cometidos pelos policiais nos quais as vítimas são pobres e não têm recursos para investigarem o caso ou pedir por respostas a ponto de tornar-se algo comum no cotidian'o e só mais um número para as estatísticas, os jovens assassinados eram de classe média e alta. Após anos de julgamento, os policiais envolvidos no caso saíram impunes.

Além de reportar o caso e as investigações com detalhes e informações com as quais seria possível comprovar as mortes desnecessárias e punir os assassinos, o jornalista Caco Barcellos foi além e investigou outras mortes. O número de homicídios cometidos pelos policiais do batalhão foram tão grandes, que o jornalista descreveu como uma guerra, e inclusive contabilizou o maior número de mortes do que em guerras e conflitos ocorridos no Brasil.

Caco Barcellos investigou um total de 3.523 vítimas, das quais 2.303 eram inocentes e somente 1.496 eram criminosos. Entre os criminosos assassinados, nem todos ofereciam um risco à sociedade a ponto de serem exterminados pela polícia militar.

Não sei dizer o que é mais assustador no incrível trabalho escrito por Caco Barcellos que demonstra as habilidades de investigação, apuração e narração do jornalista,  se são os padrões das vítimas e a maneira que os policiais agem, como matar antes de perguntar ou saber a identidade das vítimas, plantar armas e drogas, mover os corpos e evidências da cena do crime e levar os cadáveres para o hospital, para demonstrar a "tentativa de salvar a vida" ou se é a maneira que esses policiais saíram impunes de todas as acusações e voltam a se comportar como Deuses, prontos para tirarem a vida de quem aparecer nos seus caminhos, sob a justificativa de legítima defesa. Outro fato relevante e também revoltante levantado na reportagem é a exaltação e premiação interna destes policiais.

De diversas histórias chocantes contadas no livro de violência gratuita, assassinato de menores de idade e inocentes, uma delas chamou mais a minha atenção, a de um homem que ouvia todos os dias um programa policial na rádio, no qual o apresentador sempre elogiava o trabalho da Polícia Militar e da ROTA e menosprezava os "criminosos" (vítimas). O próprio homem que acreditava na importância do batalhão da polícia foi assassinado e ofendido na manhã do outro dia no seu programa de rádio favorito.

Quem vê o livro pronto não imagina o trabalho que deu para produzir esta mega reportagem. Ao longo da obra, o jornalista relata as entrevistas, análises e cruzamentos de dados realizados, como pesquisas no extinto jornal Notícias Populares, boletins de ocorrência, documentos do Instituto Médico Legal (IML) e processos de crimes dos matadores da Polícia Militar. Enquanto pouquíssimos policiais foram condenados e afastados, outros continuaram em suas funções. No decorrer do livro fica claro como esses policiais torturam e matam para satisfazerem os seus prazeres e egos.

Mais lidas da semana